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Redes de drenagem profunda podem ser a solução para o escoamento das águas da chuva

Em Manaus, a situação do sistema de saneamento básico ainda é precária, como mostrou pesquisa do instituto Trata Brasil

O abastecimento de água potável, o esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos, o controle de meios transmissores de doenças e a drenagem de águas pluviais – da chuva – são medidas necessárias para que todas as pessoas possam ter saúde e vida dignas.

São essas as principais ações discutidas pela Campanha da Fraternidade 2016, vivida intensamente no período da Quaresma, que chega ao fim nesse Domingo de Ramos, cujo objetivo é assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas, além de discutir políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa “Casa Comum”.

Em Manaus, a situação do sistema de saneamento básico ainda é precária, como mostrou o instituto Trata Brasil. Em muitas áreas não há tratamento de esgoto e as casas alagam quando chove forte. Uma das soluções para esse último problema é a implantação de redes de drenagem profunda para o escoamento correto das águas pluviais. Esse sistema evita o acúmulo de água nas vias e, principalmente, alagações.

De acordo com o diretor do Departamento de Manutenção e Infraestrutura Urbana da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), José Roberto Costa, esse ano grandes vias recebem esse serviço, uma delas é a avenida Francisco de Queiroz, uma das principais vias de acesso ao conjunto Manôa, no bairro Cidade Nova, Zona Norte. No local, serão implantados 600 metros de drenagem.

Outro exemplo, conforme ele, é na rua Sete de Setembro, bairro Terra Nova 2, Zona Norte. Qualquer chuva que desse alagava a área e, principalmente, as casas situadas no local. Com a implantação da rede de drenagem que conta, ainda, com a instalação de novas caixas coletoras e serviços de drenagem superficial (sarjeta, meio-fio e canaletas), o problema será solucionado.

“Tenho ladeira para tudo quanto é lado e lá embaixo é um vale. Então toda a água que caia descia toda para lá e, com isso, qualquer chuva pequena alagava muito lá embaixo. A vista disso, estamos fazendo essa drenagem, são mais de 400 metros entre tubo de 80 e 60 centímetros de diâmetro. Uma obra que já se estende há mais de um mês”, comentou.

Conforme Roberto, em 2015, a Seminf implantou mais de 18 mil metros de rede de drenagem profunda em toda a cidade, além de 96 mil metros de drenagem superficial e, ainda, 2.512 caixas coletoras. Os serviços contemplaram todas as zonas da cidade. Esse ano, a implantação de novas redes de drenagem segue em ritmo acelerado em outras áreas entre elas: ruas Jander com rua 8 (Alfredo Nascimento), Rainha Margarida (Parque Riachuelo), Itaporã (Novo Aleixo), Tereza Martins (Jorge Teixeira), Independência (Parque Mauá), entre outras.

População confunde estruturas

O diretor do Departamento de Manutenção e Infraestrutura Urbana da Seminf, José Roberto Costa, relata que as pessoas confundem muito a drenagem com o esgoto, sendo que são sistemas diferentes. “O primeiro é feito para jogar a água limpa da chuva diretamente no igarapé, o segundo, leva os dejetos que sai das casas das pessoas para uma estação de tratamento que depois libera ao ambiente”.

O que acontece muito, conforme ele, é que o cidadão joga seu esgoto dentro da rede de drenagem, o que é no mínimo um crime ambiental. Por isso, a importância da conscientização de cada pessoa em fazer sua fossa e não jogar seus dejetos na rede de drenagem, pois além de estragar a rede está contribuindo para o aumenta de buracos em sua rua e matando os igarapés.

Roberto destaca que a água é inimiga do asfalto. O sistema de drenagem serve também para acabar com a buraqueira nas ruas, uma vez que leva a água da chuva pela rede até um igarapé em vez de deixá-la ir pela rua. “A rede de drenagem é para coletar água de chuva, principalmente, e levar direto para o igarapé sem andar pelo leito da rua porque o maior inimigo do asfalto é a água. Então sempre que tem água a rua vira uma buraqueira”, frisa.

Fonte: A Crítica
Foto: Antônio Lima

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