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Moradores do Sul catarinense não têm esgoto

Mais de 77% dos moradores do Sul catarinense não têm rede de esgoto

Moradores do Sul catarinense não têm esgoto

No Sul de Santa Catarina, dos 46 municípios, 40 ainda não possuem nem 25% de implantação da rede coletora de esgoto, conforme dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). A meta imposta pelo Novo Marco Legal do Saneamento é atingir 90% até 2033.

Dos 46 municípios da região, 30 têm índice zero para esgotamento sanitário; quase 150 mil moradores não têm água encanada

São 26 municípios que apresentaram índice de 0% aos dados do SNIS de 2021. Outros quatro sequer prestaram informações ao sistema, e estão inadimplentes.

No entanto, mesmo as cidades que já iniciaram a implantação do sistema ainda patinam na universalização. São apenas 8 cidades que cobrem mais de um quarto de sua população.

Na região, o destaque positivo nos índices de saneamento não fica por conta das maiores e principais cidades, como Criciúma e Tubarão, mas sim de dois pequenos municípios que fogem à regra do perfil dos municípios do Estado.


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Moradores do Sul catarinense não têm esgoto

São Ludgero (13,8 mil habitantes) e Orleans (23, 1 mil) atendem, respectivamente, 100% e 80% de seus moradores com rede de esgoto.

Em Criciúma, principal cidade do Sul com 219 mil habitantes, a cobertura ainda é de 34,2%.

A cobertura de água na região também envolve desafios. São 9 cidades que atendem 100% da população, e outras 8 atendem mais de 90%.

No entanto, o índice está abaixo dos 80% em 25 municípios do Sul. Jaguaruna, Pedras Grandes e Morro Grande estão inadimplentes no SNIS.

São João do Sul é das cidades que prestaram informações a com o menor índice: 17,8% – por lá, dos 7,3 mil moradores, 5,6 mil estão em áreas rurais, que contam com poços artesianos.

Como São Ludgero e Orleans avançaram na cobertura de esgoto?

Entre todas as regiões de Santa Catarina, os municípios pequenos – que são maioria no Estado – enfrentam dificuldades em atingir a universalização do esgoto.

Isso porque, nessas cidades onde a concentração de moradores é baixa e boa parte das residências estão afastadas, os custos de obras e manutenção para sistemas de coleta e tratamento de esgoto são inviáveis.

Sendo assim, a presença do sistema individual, como as fossas, em geral ainda não consegue atender aos requisitos básicos do SNIS para serem contabilizados como rede coletora.

Em São Ludgero e Orleans, no entanto, os esforços geraram resultados. Os dois municípios são atendidos por autarquias das prefeituras.

Em São Ludgero, foi posto em prática o projeto “São Ludgero 100% Esgoto Sanitário Tratado”, com a instalação de SITs (Sistemas Individuais de Tratamento).  O trabalho envolve a Secretaria de Agricultura, Secretaria de Saúde/Vigilância Sanitária e Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto) do município.

Por lá, o sistema de esgotamento urbano iniciou em 1990, com a participação da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e na área rural em 2006, com investimento da Epagri nos recursos das microbacias no desenvolvimento e instalação do sistema individual de tratamento.

O sistema atingiu 100% de cobertura em 2018.

Já em Orleans, que consta no SNIS com cobertura de 80% da população, também houve participação da Funasa em um projeto que teve um termo de compromisso assinado no ano de 2014, no valor de R$ 3,9 milhões.

O município instalou redes coletoras e de bombeamento para espalhar a cobertura entre os bairros que concentram os 17 mil moradores do perímetro urbano do município.

O desafio para atingir a universalização está em regularizar os mais de 5 mil moradores de áreas rurais.

Criciúma corre atrás de tempo perdido

Na maior cidade da região, os dados de 2021 do SNIS ainda mostram um cenário bem atrasado, onde praticamente um terço da população não conta com esgotamento sanitário.

Consultada, a Casan informou que o percentual está próximo de 50% após investimentos realizados recentemente e que o percentual apontado pelo SNIS apresenta dados de 2020.

Os investimentos nos bairros Próspera e São Luiz foram os responsáveis por elevar a cobertura a 50%, justificou a companhia.

“(Os números do SNIS) representam apenas a primeira etapa da coleta e tratamento de esgoto, que abrange o Centro da cidade e os bairros mais centrais”, diz Jaison Speck, gerente da Casan de Criciúma, que contabiliza investimento de R$ 120 milhões nos últimos anos no município.

Ele cita a inauguração de dois Sistemas de Esgotamento Sanitário no município em 2021, nos bairros Próspera e São Luiz. “Na Próspera são 5.752 unidades consumidoras contempladas, e no bairro São Luiz são mais 2.489 unidades. Esses dois investimentos elevam o sistema de coleta de esgoto acima de 50% para o ano de 2022”, garante.

Aproximadamente 101.198 habitantes são atualmente atendidos com coleta e tratamento de esgoto em Criciúma, sendo que 32 mil pessoas vivem nas regiões de Próspera e São Luiz, que possuem aproximadamente 50% de cobertura com coleta e tratamento pela Casan.

PROJEÇÃO DE INVESTIMENTOS PARA OS PRÓXIMOS ANOS

Jaison Speck destaca os próximos passos de Criciúma, que precisa correr atrás de grandes saltos nos números para conseguir atingir a meta do Novo Marco Legal do Saneamento Básico que impõe a meta de atingir 90% de instalação de rede coletora de esgoto até 2033.

Para o futuro, o principal objetivo da companhia é executar a “etapa 3”, que consiste na instalação do novo sistema de esgotamento em um dos maiores bairros da cidade, o rio Maina. “Aí certamente abrangeria mais de 80%”, conclui o gerente municipal da Casan.

Investimentos recentes aumentam índices de Tubarão em 8% ao ano

Em Tubarão, segunda maior cidade da região, os investimentos recentes significaram um salto nos dados do SNIS.

Em 2020, o sistema ainda mostrava o índice zerado para rede de esgoto, já nos dados de 2021, o número chegou a 26,5%.

A Tubarão Saneamento, empresa responsável pelo serviço no município, explica que investimentos recentes resultaram na aplicação de obras.

Um dos desafios encontrados na execução dos serviços em Tubarão tem sido as instalações em áreas já urbanizadas, o que demanda uma atenção maior das equipes inclusive com questões de segurança do trabalho.

“As obras de implantação do serviço de coleta e tratamento de esgoto estão evoluindo graças aos investimentos realizados desde 2018. No mês de dezembro de 2022, o percentual de cobertura subiu de 30,4% para 42,3%. Quanto mais redes vamos construindo, mais unidades consumidoras vão sendo atendidas…. Em média, a cobertura de redes de esgoto na cidade cresce 8% ao ano”, informa o diretor financeiro Paulo Canalles.

Segundo ele, no período de 2018 até dezembro de 2022 foram investidos mais de R$ 150 milhões no sistema de esgotamento sanitário de Tubarão.

Grande parte do valor foi para construção da Estação de Tratamento de Esgoto: cerca de R$ 30 milhões. Os demais valores são gastos ano a ano, para realizar as obras de cobertura do serviço de esgoto.

Ou seja, são investidos aproximadamente R$ 25 milhões por ano em redes de coleta de esgoto.

Fonte: ND Mais.

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