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Estratégico para a economia do Brasil, o setor de mineração desenvolve componentes que estão presentes em eletrônicos, veículos, residências, móveis, ferramentas. Pelas características de sua atuação, é um setor cada vez mais pressionado a adotar práticas ambientais, sociais e de governança concretas e mensuráveis. Essa é uma das principais questões apresentadas no estudo global “Tracking the Trends 2022 – Redefinindo a mineração”, desenvolvido pela Deloitte.
Estudo da Deloitte aponta que as mineradoras devem acelerar a inovação, além de desenvolver um olhar holístico para toda a sua cadeia de valor
O levantamento indica que, para acelerar a adoção da agenda ESG e, mais especificamente, de práticas de descarbonização, as mineradoras devem superar o status quo, adotando a inovação e desenvolvendo um olhar holístico para toda a sua cadeia de valor.
Patrícia Muricy, sócia-líder da indústria de Mineração da Deloitte, analisa: “Ainda vejo muitas empresas operando com silos. Como resultado, vemos o departamento de ESG remando em um sentido, enquanto alguns outros silos remam na direção oposta, muitas vezes por não terem a visão do todo. Para isso não acontecer, as métricas ESG devem ser explicadas em uma linguagem que a área operacional entenda e possa agir efetivamente”.
Para ela, os profissionais da operação devem entender que, embora suas métricas de desempenho possam estar relacionadas à produção, à redução de custos e à segurança, por exemplo, a empresa está provavelmente colocando muito esforço e dinheiro em projetos ESG, então remar na direção oposta é contraproducente. “Tudo começa com a liderança. A alta administração precisa abraçar verdadeiramente o ESG, mas primeiro eles precisam entender verdadeiramente o que é E, o que é S e o que é G”, afirma Muricy.
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ESG
O relatório identifica dez tendências que podem impactar o setor nos próximos 12 a 18 meses. Destaque para a necessidade de investir na cibersegurança: como muitas empresas de mineração estão no início de suas jornadas digitais, é importante dedicar tempo, atenção e investimento para garantir que as tecnologias adotadas em suas operações não aumentem a vulnerabilidade a ataques.
Afinal, com a aceleração da implementação de sensores e componentes de Internet das Coisas (IoT), será preciso levar a proteção ao nível operacional, em locais mais distantes. Atualmente, o setor prioriza os investimentos em digitalização em áreas como finanças e recursos humanos.
Na análise da Deloitte, a próxima década vai testemunhar alguns dos anos mais transformadores da história da mineração. “As organizações bem-sucedidas de Mining & Metals serão aquelas que investem em um futuro de baixo carbono, baixo desperdício e de orientação ao propósito”, finaliza Patrícia Muricy.
Fonte: Valor.