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Reciclagem de embalagens plásticas flexíveis no Brasil

O plástico é um grande vilão do descarte de resíduos sólidos. O material não é biodegradável, e pode causar danos à saúde da população e dos animais, e este presente em um grande volume de produtos. A indústria de embalagens é uma grande consumidora de plásticos – das suas 7,5 toneladas, 22% corresponde a embalagens plásticas, e o seu consumo só tem crescido ano a ano.

O principal uso das embalagens de plástico se dá no setor alimentício, com 65% de todo seu uso, o que corresponde a 1.085.003 toneladas em dados de 2008. Dentre do setor se destaca os segmentos de bebidas não-alcoólicas, laticínios e gorduras, carnes e vegetais. Além do setor alimentício, ainda são expressivos o uso de embalagens plásticas na agricultura, químicas, produtos de limpeza, higiene e beleza.

As embalagens têm alta rotatividade, já que se transformam em resíduo sólido urbano após o consumo do produto de interesse. Segundo pesquisa, em 2007, foram recicladas 962 mil toneladas de plástico no Brasil, e considerando o plástico pós-consumo, foram recicladas mecanicamente 592 mil toneladas de plástico.

A reciclagem mecânica do plástico pós-consumo representou 61% do plástico reciclado no país. Esse processo ocorre quando se transforma o resíduo plástico em grânulos que são usados na fabricação de outros produtos. Para facilitar a reciclagem, muitos produtos plásticos apresentam um código de identificação da resina, geralmente um número de 1 a 7 dentro de um triangulo de três setas e uma abreviatura para identificar o tipo de plástico que o produto é feito. Esse sistema auxilia na sua separação, reciclagem e revalorização.

Todos os plásticos podem passar pela reciclagem mecânica, mas isso só acontece dependendo da área de utilização. Existe também a preocupação com a qualidade do produto obtido, e consequentemente vários estudos de reestabilização do material plástico, para que o plástico reciclado tenha características adequadas de uso. Há também o aproveitamento dos filmes multicamada usados em embalagens para desenvolver novos materiais. Quando a reciclagem mecânica não é viável, existe a opção de revalorização pela reciclagem energética, que é a recuperação da energia contida nos plásticos de processos térmicos. Ela usa o plástico para geração de energia elétrica.

As vantagens da reciclagem do plástico são inúmeras para o meio ambiente. O impacto ambiental que o plástico provoca é muito grande, por isso a lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010 veio para regular e prevenir o impacto que os resíduos causam no país. A lei tem como alguns dos princípios a prevenção e a precaução, o poluidor-pagador e protetor-recebedor, o desenvolvimento sustentável, a ecoeficiência, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o reconhecimento do resíduo reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, entre outros. A logística reversa e a coleta seletiva são exemplos de instrumentos para atingir os objetivos dessa lei.

Ainda é preciso educar as pessoas que estão envolvidas no ciclo de vida do produto e na reciclagem, além de engajar os setores industriais e governamentais na procura por novas tecnologias limpas através de políticas públicas. Devemos celebrar todos os avanços nesse setor sem esquecer que eles são apenas degraus para uma maior conscientização e atitudes limpas em relação a reciclagem e ao meio ambiente.

*Hiram Sartori é Engenheiro Sanitarista, possui doutorado em Engenharia Civil e atua como consultor e professor do Ensino Superior.

Site: hiramsartori.com.br
Twitter: @hiram_sartori
LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/hiramsartori

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