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Afluentes mantêm recuperação do Sistema Alto Tietê, diz Sabesp

Mesmo em dias em que não chove diretamente nas áreas de represa, o Sistema Alto Tietê tem registrado estabilidade ou elevações no volume de água armazenado. O motivo, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), é a recuperação dos afluentes que, através de rios e córregos, levam água até os reservatórios. O G1 fez um levantamento que mostra que o Sistema Alto Tietê opera com o melhor volume em cinco meses.

A média de água vinda dos afluentes prevista para o Sistema Alto Tietê é de 24,9 m³/s, segundo boletim diário da Sabesp. Nos últimos dias, o que tem acontecido é um fenômeno atípico para os últimos anos. Nesta segunda-feira (21), a afluência chegou a 29,4m³/s. Já neste domingo (20) a afluência foi de 49,51 m³/s, a quarta maior média registrada nos últimos 30 dias. O volume armazenado foi de 20,5%. O volume de água vindo dos afluentes ultrapassou esse volume médio em 19 dos últimos 30 dias.

Rio Tietê, em Mogi das Cruzes (Foto: Maiara Barbosa/ G1)
Rio Tietê, em Mogi das Cruzes, é um dos afluentes
do Sistema Alto Tietê (Foto: Maiara Barbosa/ G1)

No dia 7 de dezembro, por exemplo, chegou ao seu volume máximo até agora: 63,31 m³/s.No dia 9 de dezembro, não houve chuva na região das represas. No entanto, a vazão de água vinda dos afluentes foi de 40,97m³/s (64% a mais do que a média). Isso gerou um aumento na água armazenada no sistema, que pulou de 18,3% para 18,5% no dia  10 de dezembro.

Em nota, a Sabesp informou que “o fator mais importante para a recuperação das represas é a afluência que leva em conta a água que chega aos reservatórios pelos rios e córregos. Assim, mesmo que não chova, a água precipitada na região das bacias acaba fluindo para as represas com o passar do tempo, aumentando o nível destas”.

O engenheiro e sanitarista José Roberto Kachel explica de forma mais didática: “Temos um volume de água vindo dos afluentes maior do que o normal. Em contrapartida, temos uma retirada de água dos reservatórios menor do que o volume vindo dos afluentes. Essa diferença é a recuperação do sistema”, detalhou.

O volume maior de água que vem dos rios também aponta uma recuperação do solo, dentro e fora das represas. “O que acontecia há cinco meses, por exemplo, é que chovia nessas regiões e o solo, muito seco, sugava toda a água. Agora não. A água penetra do solo e se acumula ali, criando um volume que dá vazão para as represas”.

O mesmo acontece no Sistema Cantareira. “Os afluentes são muito importantes para a recuperação das represas. Às vezes não precisa chover na represa, chovendo em um rio que é interligado, essa água vai parar no reservatório. Pode não ser imediatamente ou até no dia seguinte, mas ela chega”, explicou o engenheiro.

Billings
A Sabesp informou na quarta-feira que a transferência da represa Billings ao Alto Tietê passou a operar com 100% da capacidade na última sexta. Segundo a companhia, são transferidos 4 mil litros por segundo da Billings, que está cheia, para a Represa de Taiaçupeba.

Essa é a principal obra do governo contra a crise hídrica, a interligação entre os sistemas Rio Grande, no ABC Paulista, e Alto Tietê, em Suzano, foi inaugurada no dia 30 de setembro e custou R$ 130 milhões, mas operava com apenas 25% da vazão (mil litros por segundo). A vazão havia sido reduzida após um córrego alagar ruas em Ribeirão Pires e obras tiveram que ser feitas.

Recuperação
O Kachel, o volume do Sistema Alto Tietê chegará a 80% em dois anos e meio, caso o índice de chuvas continue em elevação e atingindo as médias históricas. “Se as vazões continuarem na média da série histórica, em dois anos e meio o sistema chega a 80%”, prevê o engenheiro.

“A situação está bem mais tranquila do que o ano passado. Além do que o Cantareira está melhorando e a simulação dele mostra que até março do ano que vem ele se livrará do volume morto”, continuou o engenheiro.

Programa Nascentes
O governador Geraldo Alckmin esteve na Represa de Paraitinga no dia 13 de novembro, em Salesópolis, para o plantio de 110 mil mudas do Programa Nascentes.

Os beneficíos do cultivo, como a maior frequência de chuva e maior consistência das margens dos cursos d’agua, evitando erosões, já poderão ser observados em um ano, segundo o governador. “O benefício é muito rápido. Vi uma aroeira que foi plantada há 70 dias e já está dando frutos. Se voltarmos aqui no ano que vem, já vamos observar uma melhora significativa nas margens da represa”, destacou.

Chuva em 2015
Novembro terminou com chuva 64% superior à média histórica. O mês de outubro terminou sem que as chuvas atingissem a média história. Ao longo do mês choveu 94,5 mm, 82,2% da média histórica de 115 milímetros.

Em setembro choveu o dobro do esperado para o mês no Alto Tietê. Segundo a Sabesp, a pluviometria acumulada foi de 170,2 mm, 108% superior à média histórica. Após 40 dias em queda, o índice dos reservatórios voltou a subir no dia 8. A média histórica foi superada no dia 9 de setembro, quando, em apenas um dia, choveu 57,3 mm. Esta foi a maior chuva do ano.

As chuvas de agosto foram 49% menores do que o esperado. A pluviometria acumulada ficou em 18,6 mm, quando a média histórica é de 36,7 mm.

Julho chegou ao fim com uma pluviometria 16,6% maior do que a média histórica para o mês, segundo os dados da Sabesp. A pluviometria foi de 57,4 mm e a média histórica para o mês era de 49,2 mm.

Em junho choveu menos do que a média histórica. A pluviometria acumulada no mês foi 31,1% menor do que a média histórica, que é de 55,5 mm.

Já entre fevereiro e maio choveu mais do que a média histórica. Antes de junho, o índice foi inferior à média apenas em janeiro, quando a pluviometria foi 58,7% menor do que a média histórica.

O sistema
Desde dezembro de 2013, a água da região é utilizada para abastecer parte dos moradores antes atendidos pelo Cantareira em bairros como Penha, Cangaíba, Vila Formosa, Vila Maria e parte da Mooca.

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a população atendida pelo sistema saltou de 3,8 milhões de pessoas para 5 milhões. Um ano depois de começar a ser usado como reforço do Cantareira, em dezembro de 2014, o sistema chegou a operar com apenas 4,2% da capacidade. O volume das represas aumentou do início do ano até maio, quando atingiu o pico de 2015 de 23,3% no dia 14. Desde então tem sofrido sucessivas quedas.

Fonte e Agradecimento: http://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2015/12/afluentes-mantem-recuperacao-do-sistema-alto-tiete-diz-sabesp.html

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