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Aumento em conta de energia faz com que DAE planeje aumentar tarifa de água

O aumento exorbitante das contas de energia elétrica tem afetado a todos de forma intensa, inclusive o Departamento de Água e Esgoto (DAE). Entre janeiro e abril, o valor mensal da despesa com energia saltou de R$ 1.180.300,00 para R$ 1.715.237,00. A variação foi de 45% e, segundo estimativas, deve chegar a 60% a partir de maio. A elevação dos gastos, invariavelmente, impactará na tarifa de água cobrada da população bauruense.

O pedido de reajuste pode ser formalizado ao prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) ainda nesta terça-feira (19), mas o setor financeiro já avisa: se o índice ficar aquém de 16%, a autarquia ficará comprometida e corre o risco de não honrar todos os seus compromissos orçamentários até o final deste ano.

De acordo com a diretora da divisão, Elis Anjos, o reajuste mínicmo se divide da seguinte forma: 8% são referentes ao impacto dos custos com energia elétrica e outros 8%, à correção da inflação acumulada nos últimos 12 meses.

O DAE havia estimado que os gastos com as contas de luz subiriam 15% em relação ao ano passado, percentual muito inferior ao efetivado. “Pagaremos R$ 7 milhões a mais do que prevíamos”, afirma.

Segundo Elis, esse custo não seria coberto nem mesmo pelo corte de todos os investimentos programados para 2015, até porque alguns deles já foram até mesmo executados, como é o caso da perfuração do Poço Padilha 2, que ampliará a oferta de abastecimento na região do Jardim Bela Vista.

DEFASAGEM

A diretora financeira do DAE diz que incluirá também, no pedido de reajuste, algum percentual referente à defasagem histórica no preço da água em Bauru. O índice – que se somará aos 16% essenciais – pode ser definido já em reunião que deve ocorrer na manhã de hoje, junto ao presidente Giasone Candia.

“Um levantamento que eu fiz no final de 2013 mostrou que a nossa tarifa estava defasada em 70% se comparada à cobrada por serviços de saneamento em outros municípios. Na ocasião, pedi o aumento de 23%, sendo que 15% eram para suprir parcialmente essa discrepância”, lembra Elis Anjos.

O prefeito Rodrigo Agostinho, no entanto, só autorizou a reposição de 9%, mais de seis meses após a solicitação da autarquia, em junho do ano passado. “Quando a gente pediu, vivíamos uma crise no abastecimento e entendemos que não era plausível aplicar o aumento, o que fez com o que a defasagem aumentasse ainda mais. Era uma questão social”, pontua.

MEA CULPA

Apresentado em novembro de 2014, o Plano Diretor de Águas (PDA), contratado pelo DAE, revelou que o valor da tabela cobrado pelo metro cúbico de água para os bauruenses que consomem menos (R$ 1,18) é inferior ao custo da produção (R$ 1,54).

O estudo, por outro lado, mostrou também que, caso o índice de perdas do produto – 49% – não fosse tão grande em Bauru, esse custo cairia consideravelmente: R$ 1,10.

Inevitável

No mês de março, o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) determinou que todos os órgãos da administração pública municipal contingenciassem despesas, reduzindo, inclusive, em 10% os gastos com energia elétrica.

Esse ponto do decreto, no entanto, não se estende ao DAE, maior cliente da CPFL em Bauru. Isso porque a parte substancial do consumo da autarquia está relacionada à operação dos poços e da Estação de Tratamento de Água (ETA). “Não tem como reduzir”, observa Elis Anjos.

A única alternativa seria a construção de mais reservatórios, que possibilitariam pausas na produção de água em horários de pico, quando a energia fica mais cara.

A diretora financeira do DAE afirma ainda que o aumento dos gastos não está relacionado com elevações no patamar de consumo porque, entre janeiro e abril, não foram inaugurados novos poços na cidade.

Agostinho promete um ‘equilíbrio’ no reajuste

Com o poder da “última palavra” sobre o reajuste tarifário da água em Bauru, o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) se recusou a falar sobre índices antes de receber, oficialmente, os estudos e o pedido do DAE. Nos últimos anos, ele não tem atendido às reivindicações integrais da autarquia, concedendo correções com percentuais pouco acima que os da inflação acumulada.

“Vamos discutir muito bem esse assunto. É claro que vai ter aumento, mas temos que buscar o equilíbrio para não prejudicar o DAE, mas também não afetar tanto a população”, ponderou.

Agostinho disse que a autarquia deve sofrer ainda com perdas de receitas, em função da desaceleração de algumas atividades econômicas que consomem grandes volumes de água, como a construção civil. “Menos água consumida, menos receita”, pondera.

O prefeito reclamou também que a inflação incidente sobre os serviços de produção e distribuição de água é muito superior à média sentida pelos cidadãos. “Assim como os da energia, os preços dos produtos químicos utilizados subiram muito”.

 

 

 

Fonte: JC Net

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