O site estrangeiro de notícias sobre negócios Infralatinamerican noticiou, no último dia 22, que a empresa coreana GS Inima está perto de fechar negócio para comprar a Samar (Soluções Ambientais de Araçatuba), que, desde 2012, detém a concessão de serviços de água e esgoto no município por 30 anos.
Fontes do site disseram que a GS Inima está interessada em pagar R$ 100 milhões, valor é 70% inferior ao pago pela concessionária à Prefeitura em 2012: R$ 344 milhões. Para concluir as negociações, segundo a notícia da Infralatinamerican, a OAS Soluções Ambientais, grupo ao qual a Samar é ligada, precisaria de qualquer aprovação de uma reunião de credores, marcada para 3 de novembro, ou de uma decisão pré-reunião do tribunal de falências.
A coluna procurou o escritório da GS Inima, em São Paulo, que informou desconhecer as negociações. A Samar disse ao Periscópio que o assunto deve ser tratado com a OAS. Já a construtora não respondeu aos questionamentos enviados à sua assessoria de imprensa.
LAVA JATO
Recentemente, a OAS colocou à venda 100% de sua participação na OAS Soluções Ambientais. A medida foi tomada ao mesmo tempo em que a empresa entrou com pedido de recuperação judicial a fim de evitar falência.
Com dívidas de R$ 9,2 bilhões, a construtora é uma das investigadas pela Operação Lava Jato, que apura casos de corrupção envolvendo a Petrobras.
ESTÁ PREOCUPADA
Na Câmara, a vereadora Edna Flor (PPS) também tomou conhecimento da notícia e começou a buscar informações sobre a possível negociação. O assunto preocupou a parlamentar.
O receio dela diz respeito aos investimentos que a OAS se comprometeu a fazer no município ao longo do período de concessão. O grupo estimou investir R$ 370 milhões nos próximos 30 anos. “De que maneira isso (a venda da Samar) vai refletir na prestação do serviço?”, questionou a representante da oposição.
E O DAEA?
Para a vereadora, o Daea (Departamento de Água e Esgoto de Araçatuba) — agência reguladora, que tem o objetivo de fiscalizar o contrato de concessão — precisa vir a público para explicar à população como ficará o saneamento na cidade no caso de uma possível aquisição da concessionária pelo grupo coreano.
CHEQUE EM BRANCO
Presidente de comissão na Câmara que estudou o contrato, o vereador Gilberto Mantovani, o Batata (PR), disse que o acordo não tem “trava” que impeça a negociação da concessionária com outro grupo. “Foi dado um cheque em branco para a OAS”, declarou Batata.
A única coisa que pode causar punições à construtora é o descumprimento do contrato. Líder do governo na Câmara, ele defendeu que a vinda de um novo grupo para assumir a concessão do saneamento passe por nova apreciação do Legislativo. “O que a outra empresa dará de garantia para o cumprimento do contrato?”, questionou. (Ronaldo Ruiz Galdino)
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