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Na região, 7,7% dos moradores vivem sem acesso a saneamento

Levantamento divulgado ontem pelo Ministério das Cidades apontou que 209.680 moradores do Grande ABC – o equivalente a 7,7% da população da região em 2014 – não eram atendidos com esgotamento sanitário naquele ano. As informações integram a 20ª edição do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto. A problemática do saneamento, inclusive, é tema da Campanha da Fraternidade 2016, lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs na semana passada.

Em comparação com dados publicados em reportagem do Diário, datada de setembro de 2015, o número de cidadãos que não tinham acesso à rede de esgoto, com base em dados das autarquias responsáveis pelo serviço, é até maior: 235.238 habitantes não tinham acesso a saneamento em 2015 (8,7%). São Caetano é o único município que oferece o serviço em 100% do seu território.

Das cidades atendidas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), São Bernardo tinha, em 2014, 86.060 habitantes sem esgotamento sanitário, de total de 811.489 pessoas; em Diadema, 27.206 moradores (de total de 409.613); em Ribeirão Pires eram 25.917 munícipes sem o direito garantido (em universo de 119.644); e em Rio Grande da Serra, que possuía 47.731 habitantes, 21.749 não recebiam atendimento de esgoto.

Em Santo André, onde o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) é responsável pelo setor, que tinha, em 2014, 707.613 habitantes, 16.750 não eram contemplados com esgotamento, de acordo com o balanço do governo federal.

Em Mauá, que tem a Odebrecht Ambiental como prestadora do serviço, 48.679 mauaenses, dos 448.776, sofriam com o caos do saneamento básico.

A Sabesp informou que, para melhorar os índices de coleta e tratamento de esgoto nos quatro municípios sob sua gestão na região, estão em andamento o Programa de Despoluição do Rio Tietê, o Pró-Billings e o Programa Mananciais.

Em Santo André, o Semasa declarou que o objetivo da autarquia é que, em 2017, o volume de esgoto tratado passe dos atuais 45% para 55% e atinja 100% em 2022. “Os contratos em andamento garantem as previsões dos índices de tratamento até 2017. Após, o Semasa tem estudos e projetos, mas que necessitam da obtenção de recursos externos”, salientou.

A Odebrecht Ambiental afirmou que Mauá “foi uma das cidades brasileiras que mais avançaram na expansão dos serviços de esgoto no último ano”, com o funcionamento da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto). “ A rede coletora atende 92% da população e, até maio de 2015, a cidade tratava apenas 5% do efluente coletado. Em dezembro, os índices evoluíram e o volume atual tratado representa 50% do esgoto doméstico coletado. Ao longo do ano de 2016 o índice de tratamento de esgoto continuará a crescer gradativamente até atingir 100% do efluente coletado na cidade”, disse.

Em todo o País, o levantamento apontou que 42,4% da população não tinha acesso à rede de esgoto em 2014. Para o diretor executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, a questão é um atraso histórico. “A falta de recursos sempre é um problema, mas há também dificuldade das cidades de formularem projetos. Há também um tempo grande, em torno de dois anos, para as propostas serem analisadas em Brasília. Enfim, uma série de fatores prejudicam a execução de obras no setor.”

Fonte: Diário do Grande ABC
Foto: G1

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