O agrupamento Portugal Ambiental, que integra os brasileiros da Odebrecht e da Solvi, afastou-se da corrida à privatização da empresa de resíduos sólidos urbanos EGF. O Diário Económico apurou que a Parpública recusou o seu pedido de adiamento, por 45 dias, do prazo para a entrega da proposta vinculativa, o que atiraria o fecho do negócio para Setembro.
O calendário fixado pelo Governo termina hoje. Na lista de sete concorrentes, que tinham passado à segunda fase da operação, restarão agora apenas quatro, dos quais dois portugueses, a DST e a Mota-Engil. Pelo caminho terão ficado, segundo fontes ligadas ao processo, os chineses da Beijing Capital e a Egeo, associada ao fundo de infra-estruturas Antin, a qual alertou também a Parpública para a dificuldade em cumprir o calendário. Já antes, dois candidatos chineses tinham abandonado o processo, a Águas de Pequim e a Sound Global.
A belga Indaver foi, até agora, a única a confirmar oficialmente que irá entregar uma oferta vinculativa para adquirir a totalidade do capital da EGF. Outro dos estrangeiros, a espanhola FCC, mantém silêncio sobre a operação. Contactada pelo Diário Económico, fonte oficial da Portugal Ambiental não quis comentar. Os brasileiros queixaram-se que não tiveram tempo suficiente para avaliar correctamente a EGF e o universo das suas 11 empresas, alegando que a versão final do contrato de compra e venda das acções só foi disponibilizada a 22 de Julho, na sequência do qual surgiram diversas dúvidas. Outro dos argumentos prende-se com o agudizar da litigância com os municípios, que se opõem à privatização. A gota de água seria, no entanto, a turbulência do mercado financeiro nacional. Apesar do apoio do governo brasileiro, traduzido na presença de um banco estatal no consórcio, a estruturação do financiamento complicou-se com o agravamento do caso Grupo Espírito Santo, ao serem exigidas garantias adicionais pelos bancos estrangeiros. O Banco Espírito Santo e a Caixa Geral de Depósitos eram os assessores financeiros da Portugal Ambiental. O Diário Económico sabe ainda que o agrupamento se preparava para rever
em alta a sua proposta inicial, classificada em último lugar, e que continua a manifestar interesse na EGF.
Fonte e Agradecimento: DIARIO ECONOMICO (PORTUGAL)