Piracicaba (SP) perdeu 51,81% da água tratada na cidade em 2014, segundo o 20º Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos, divulgado neste mês pelo Ministério das Cidades, com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Atrelado a isso, vazamentos de água no município demoram até um mês para serem reparados pelo Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), segundo moradores.
De acordo com o diagnóstico do ministério, que avaliou 5.114 municípios, o volume de água produzido pela autarquia em 2014 foi de 59,3 milhões de metros cúbicos. Desse montante, o Semae tratou 58,9 milhões de metros cúbicos, dos quais, a população consumiu apenas 28,5 milhões de metros cúbicos.
Neste início de 2016, a moradora Thatiane Leme Araujo, de 25 anos, precisou ligar duas vezes para o Semae para solicitar o reparo de um vazamento na calçada da casa dela, localizada na Rua Professor Mello Ayres, no bairro Vila Cristina. Segundo ela, o problema foi resolvido há 10 dias, mas isso é quase um mês depois de a água ter começado a vazar. “É uma falta de respeito, porque era dinheiro que estava indo ralo abaixo”, criticou.
Perdas
O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento calculou as perdas entre mais de cinco mil municípios. Segundo o órgão, 1.511 cidades apresentaram índices menores que 20%, melhor faixa de resultados. Outros 1.240 municípios tiveram índices entre 20% e 30%. Piracicaba foi classificada na pior faixa, com índice de perdas acima de 40%, mais de 635 litros de água por dia.
Semae
O Semae informou ao G1 que a atual administração assumiu a autarquia em 2005, quando resolveu o problema de água na cidade, que era deficitário, e que em seguida foi a vez do esgoto, que hoje é 100% tratado e coletado. Agora, o serviço disse que a administração está focada nas perdas.
“Todo o investimento é destinado ao combate das perdas físicas, com obras nas regiões da Pauliceia, Jaraguá, Campestre, Santa Teresinha, Boa Esperança, Capim Fino, Kobayat Líbano entre outras”, informou.
Licitação
Em nota, o Semae afirmou que está aberta licitação para implantação do Plano Diretor de Combates às Perdas Físicas de Água na rede municipal de abastecimento que compreende a região da Paulicéia, Jaraguá e Campestre. O investimento é de mais de R$ 4,8 milhões.
A viabilização da obra ocorreu por meio de verba da cobrança federal feita pela Agência PCJ. O investimento é de R$ 3,5 milhões, com 30% de contrapartida da autarquia. Para a realização do projeto, a cidade foi dividida em 23 setores de abastecimento.
Os projetos “Setorização e Controle de Pressão” estão divididos em dois macros setores. O primeiro está em andamento e abrange a região Boa Esperança, Santa Terezinha e Capim Fino. Após a conclusão dos dois projetos, o presidente do Semae, Vlamir Schiavuzzo, disse que estima redução de 40% de perdas do total da cidade.
Fonte: G1
Foto: Thatiane Leme Araujo/Aarquivo pessoal
