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Racionamento de água em Recife ainda não tem previsão para acabar

O racionamento de água implantado na Região Metropolitana do Recife (RMR) desde dezembro ainda não tem previsão para acabar. Segundo o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, a medida é necessária porque, apesar de o nível da barragem de Botafogo ter subido, ainda não é ideal. Ele esclareceu a situação em entrevista ao Bom Dia Pernambuco desta sexta-feira (24).

Localizada em Igarassu, a barragem de Botafogo abastece quatro municípios da região: Recife, Olinda, Paulista e Igarassu. E, hoje, está com 34% da sua capacidade. Roberto Tavares lembra, no entanto, que a situação já foi mais crítica, tendo alcançado 9%. Por isso, quando o sistema de rodízio foi implantado, chegou-se até a pensar que seria necessário utilizar o volume morto da barragem.

“Este risco já foi descartado, porque o nível melhorou. Estamos com 34%, mas gostaria que já estivesse perto de sangrar. Por isso, vamos manter o acompanhamento e não vamos mudar a sistemática de rodízio; porque, se explorarmos demais, não poderemos chegar ao verão”, revela. Tavares ressalta ainda que a medida é preventiva. “Vamos manter por precaução, porque este nível precisa chegar até o inverno”, diz.

A maior preocupação da Compesa é o período de calor, quando as chuvas diminuem. Segundo o presidente da Companhia, as pesquisas da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) indicam que o nível de chuva vai continuar na média até o fim deste ano. “Se estivéssemos com nossa capacidade normal, isso seria suficiente. Mas, como estamos abaixo do nível, a chuva na média não resolve nosso problema”, explica.

Hoje, segundo a Compesa, são retirados 200 litros de água por segundo de Botafogo. Antes da baixa no nível, esse índice chegava a 650 l/s. Por isso, o racionamento de água atinge toda a cidade de Igarassu; os bairros de Maranguape I, Arthur Lundgren I e II e no Centro, em Paulista; Bairro Novo, Casa Caiada, Bultrins e Jardim Fragoso, em Olinda; e Caetés III, em Abreu e Lima.

Agreste

Ainda mais preocupante que a barragem de Botafogo é a situação de Jucazinho, reservatório que abastece 15 municípios do Agreste pernambucano. Segundo a Compesa, o equipamento está com menos de 4% da sua capacidade. Por isso, a Companhia decidiu tirar a cidade de Caruaru da área de fornecimento da barragem. Ainda assim, é possível que ela atinja seu nível morto em breve, revela Tavares.

Enquanto o nível continuar baixo, Caruaru, que é maior cidade coberta por Jucazinho, será abastecida pelo Sistema do Prata. Para viabilizar a mudança, foi preciso investir R$ 1 milhão na mudança do encanamento que leva água para o município, segundo o presidente da Compesa. Depois que a situação for normalizada em Jucazinho, a cidade continuará sendo abastecida pelos dois sistemas.

 

Fonte: G1

Foto: Divulgação/ Compesa

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