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Audiência pública discute instalação de aterro sanitário em Araçariguama

Entidades ambientais e políticos discutem sobre o projeto de implantação de um aterro sanitário em Araçariguama (SP). Eles se mobilizam contra a iniciativa e temem que o material depositado no local contamine o ribeirão que fornece água para cidade.

Durante a audiência pública, muitos moradores não escondiam a preocupação. “Se contaminar a água, nós vamos virar uma cidade fantasma e não teremos de onde beber água”, afirma o motorista Everaldo Dias.

Na tribuna da Câmara Municipal, representantes de órgãos ambientais, vereadores e um biólogo também se posicionaram contra a construção do aterro, que estará situado em uma fazenda de gado que fica no município. De acordo com o vereador Moacyr Godoy, a unidade será instalada na cabeceira do ribeirão do Colégio. “É uma água limpinha, atestada pela Sabesp, que recebe tratamento exemplar”, explica o vereador.

O terreno foi comprado para receber em média 1,5 toneladas de lixo por dia. Em menos de 10 quilômetros, a Sabesp possui um ponto de coleta de água do rio.

O projeto do empreendimento pertence à mesma empresa que administra o aterro em Iperó (SP), que recebe o lixo de Sorocaba (SP). Durante a discussão, nenhum funcionário da empresa e da prefeitura compareceu para prestar esclarecimentos. Além disso, o projeto teve a licença prévia emitida pela Cetesb, faltando licenças de instalação e de ocupação.

Essa proximidade com o córrego não é boa. Isso vai ocasionar contaminação nessa água. Eles pensam em tratar o chorume, que é gerado pelo lixo. Mas, mesmo tratando, os metais pesados não são eliminados”, explica Roberto Antônio Sabino, presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema).
Mesmo com tratamento sofisticado do chorume, materiais tóxicos não poderão ser totalmente eliminados, conforme afirma Mário Luiz de Marco, conselheiro do Condema. “Estamos sujeitos a poluir o local com qualquer acidente da natureza”, diz.

Uma Lei Municipal aprovada em 2010 proíbe que Araçariguama receba qualquer material ou lixo de outros municípios. O projeto do aterro prevê receber resíduos de 18 localidades.

Outra preocupação, de acordo com o biólogo Joaquim Camilo Cassemiro, é a existência de uma pedreira nas proximidades do rio. “Não podemos descartar a possibilidade de explosões na pedreira que somatizem esses movimentos de solo, causando rachaduras nos taludes, rachaduras nos tanques de chorumes”, explica Joaquim.

Em nota, a empresa responsável informa que o aterro está em fase de licenciamento, depois que o estudo de impacto ambiental foi aprovado pelo Condema. A previsão para o início do funcionamento é para o primeiro semestre de 2015. A prefeitura não se pronunciou quanto as questões abordadas.

Fonte: G1
Veja mais: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2013/12/audiencia-publica-discute-instalacao-de-aterro-sanitario-em-aracariguama.html

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