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Cantareira mantém nível após uma semana de altas

Represas operam com 16,5% da capacidade. Volume do Alto Tietê, também em estado crítico, segue aumentando.

O Sistema Cantareira manteve seu nível nesta quarta-feira (16) após uma semana de altas consecutivas. O volume de água registrado é de 16,5%, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Setembro é o primeiro mês desde março que o sistema Cantareira supera a previsão de chuvas. Depois de uma semana chuvosa, a precipitação parou nos últimos dias, mas a contribuição de rios afluentes ainda colabora para que o nível não caia. Apesar disso, os reservatórios ainda estão no volume morto.

O Sistema Alto Tietê, também em estado crítico, ganhou 0,1 ponto percentual nesta quarta e opera com 16,2% da capacidade. O mesmo ocorreu com os sistemas Alto Cotia e Guarapiranga. O Rio Grande manteve seu nível, e o sistema Rio Claro caiu.

O índice de 16,5% do Cantareira divulgado pela Sabesp considera o cálculo feito com base na divisão do volume armazenado pelo volume útil de água.

Após ação do Ministério Público (MP), aceita pela Justiça, a companhia passou a divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira.

O segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume total de água do Cantareira. Nesta terça, ele era de 12,8%. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume da reserva técnica pelo volume útil, e era de -12,8% nesta manhã.

Agosto
Os novos números do Sistema Cantareira contrastam com o mau desempenho em agosto, mês em que teve apenas 30,7 mm de chuvas, o equivalente a 89,2% da média histórica do mês (34,4 mm).

Agosto foi o quinto mês seguido em que o sistema, que abastece 5,3 milhões de pessoas na Grande São Paulo, fechou “no vermelho”.

Falta de planejamento
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que a falta de água em São Paulo foi resultado da falta de planejamento do governo paulista.

O órgão relatou que a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (SSRH) recebeu vários alertas sobre a necessidade de um plano de contingência para eventuais riscos de escassez hídrica na Região Metropolitana de São Paulo. A pasta negou as alegações e disse que era impossível prever a estiagem de 2014.

As informações fazem parte do parecer do TCE sobre as contas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do ano passado. O TCE aprovou as contas do tucano com ressalvas no fim de junho e listou 20 recomendações em diferentes áreas que o governo deveria adotar.

Medidas preventivas
Sobre a seca no estado, o Tribunal de Contas afirmou que outras medidas poderiam ter sido adotadas para que a crise não chegasse “ao ponto em que se encontra atualmente, ou pelo menos para que seus efeitos fossem minimizados”.

Entre as propostas está a despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, a recuperação da represa Billings e o combate mais efetivo de perdas de água na distribuição.

A Secretaria de Recursos Hídricos informou ao TCE que implantou diversas ações para uma situação de estresse hídrico, como o Programa de Uso Racional da Água (PURA), financiamento de estudos, projetos, obras e serviços ligados ao controle de perdas, e adoção de medidas para a prática de reúso de efluentes tratados para uso industrial, urbano e na agricultura.

Em nota enviada ao G1, o governo informou ainda que nenhum instituto ou especialista previu a severidade da seca que atingiu a região sudeste em 2014.

Fonte: G1

Foto: Ana Carolina Moreno/G1

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