saneamento basico

Empresas economizam até 90% com reuso de água

Coletar água da chuva, do esgoto de banheiros e áreas comuns e residual do processo industrial, tratá-la, filtrá-la, e reutilizá-la. Esse é o trabalho que a metalúrgica de capital aberto Paranapanema, em sua unidade do bairro Utinga, em Santo André, realiza 24 horas por dia. O principal objetivo é contribuir com o meio ambiente mas não dá para negar que a saúde financeira da empresa agradece. Em 2013, a companhia consumiu 1,650 milhão de metros cúbicos de água de reúso de sua estação de tratamento, trabalho realizado desde 2000. A economia chega a cerca de 90%.

Medidas como essa, que são adotadas por indústrias da região, ganham ainda mais destaque agora, quando campanhas pelo racionamento de água voltadas ao consumidor, em troca de desconto na conta, vêm sendo realizadas pelo governo.

É de fundamental importância que as empresas realizem esse tipo de processo. Isso tanto pelo ponto de vista econômico, quanto em relação à preservação do meio ambiente”, avaliou o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) regional de São Bernardo, Hitoshi Hyodo. Ele destaca ainda a relevância de atividades de reúso de água principalmente pela falta de imposições legislativas e também de estímulos governamentais para a prática.

Nosso custo de água não chega a 10% do que gastaríamos se tivéssemos de comprá-la”, disse o diretor da unidade de negócios produtos de cobre da Paranapanema, Miguel Carvalho. A empresa não abre valores. Porém, com base no preço cobrado pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) a grandes consumidores com contrato para abastecimento de água e coleta de esgoto, de R$ 21,42 por metro cúbico, a economia chegaria a R$ 31,8 milhões em 2013 (considerando os 90% que economiza). Isso porque o custo, de acordo com o consumo do ano passado da companhia, poderia atingir R$ 35,34 milhões.

Com estação de tratamento de grande porte instalada na unidade, a Paranapanema atinge índice de reaproveitamento da água de 95%. Tudo é acumulado em espécie de lagoa artificial, dentro do terreno. O líquido é bombeado para local que se parece com liquidificador gigante, onde são adicionados produtos químicos para realizar o tratamento do líquido. A água, então, é direcionada a outros tranques gigantes, onde a reação química faz com que os resíduos tomem formas e afundem. Depois, vem a parte da filtragem, seguindo ao reservatório e à caixa d’água instalada em torre de 44 metros de altura, que gera pressão gravitacional para que a água chegue até a linha de produção. Entre os principais fins estão os processos de resfriamento.

Também em Santo André, a fábrica de pneus Pirelli tem 100% da água utilizada no processo industrial destinada à sua estação de tratamento de efluentes industrial, instalada dentro da unidade. O líquido é tratado e reaplicado na linha de produção, informou a empresa por meio de nota.

Outra grande empresa instalada em São Bernardo, a Bombril, entrou recentemente no mesmo caminho de suas companheiras de porte instaladas no Grande ABC. Por nota, a companhia explicou que recentemente implantou projeto relacionado à “linha de reaproveitamento de água em seu processo produtivo”. No entanto, considerou que ainda é cedo para passar qualquer tipo de informação sobre o assunto, porque se trata de fase de adaptação.

Volkswagen e Ford, ambas com sede em São Bernardo, possuem processos de reaproveitamento de água e redução de consumo.

Fonte: Diário do Grande ABC
Veja mais: http://www.dgabc.com.br/Noticia/520368/empresas-economizam-ate-90-com-reuso-de-agua?referencia=minuto-a-minuto-topo

Últimas Notícias:
Gerenciando Montanhas Lodo

Gerenciando Montanhas de Lodo: O que Pequim Pode Aprender com o Brasil

As lutas do Rio com lodo ilustram graficamente os problemas de água, energia e resíduos interligados que enfrentam as cidades em expansão do mundo, que já possuem mais de metade da humanidade. À medida que essas cidades continuam a crescer, elas gerarão um aumento de 55% na demanda global por água até 2050 e enfatizam a capacidade dos sistemas de gerenciamento de águas residuais.

Leia mais »