Projeto “Saber Cuidar” do Colégio Marista Arquidiocesano alia práticas sustentáveis e ambientais transformando lixo em adubo
Cerca de 255 mil toneladas de lixo são produzidas diariamente no Brasil, sendo que a cidade de São Paulo segue como a metrópole que mais acumula resíduos em todo o País, com cerca de 20 mil toneladas ( 12 mil de coleta domiciliar e 8 mil de varrição ). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ), pelo menos 60 % desse lixo é de origem animal ou vegetal e apenas 4 % é reciclado por usinas de compostagem localizadas nas regiões Sul e Sudeste.
Os rejeitos da capital paulista vão para dois aterros sanitários, na Zona Leste e Sul, e a regulamentação estadual determina que todos os geradores de resíduos são considerados responsáveis pelos materiais até sua disposição final já que a gestão incorreta e descarte desses materiais potencializam danos à Saúde Pública e ao Meio Ambiente. Os resíduos sólidos por si só não transmitem doenças, mas podem provocar acidentes ou servir de abrigo para vetores que causam doenças.
Buscando fazer sua parte como uma escola sustentável, o Colégio Marista Arquidiocesano criou o Projeto Saber Cuidar. Além do sistema básico para coleta seletiva para separação dos materiais recicláveis dentro da instituição, a iniciativa se desdobra tanto em uma campanha permanente de sustentabilidade e quanto na sensibilização de sua comunidade para o consumo consciente dos alimentos.
Cultura da sustentabilidade
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Trabalhando para evitar o desperdício de comida, o Colégio conta ainda com um equipamento próprio para realizar a compostagem acelerada para tratamento de todos os resíduos orgânicos descartados. Só o restaurante da escola, por exemplo, produz cerca de 600 refeições por dia, em média, resultando sobras com volumes que chegam a 50 kg de materiais impróprios para consumo. Esses restos de verduras, frutas e alimentos são processados e transformados em adubo.
Este processo ocorre da seguinte forma: os resíduos são triturados e pesados em uma área dedicada a compostagem. Em seguida, são adicionados à serragem e enzimas de bases naturais para facilitar seu processo de decomposição biológica. Posteriormente, o material é aquecido. Depois de resfriado, o resultado final é um adubo orgânico em pó, seco, sem cheiro e com metade do volume inicial.
O “Adubarqui”, como foi batizado, é usado como fertilizante nas plantas, jardins e nas hortas pedagógicas do Colégio e da chácara dos Irmãos Maristas, localizada em São Bernardo do Campo. Atualmente há uma reserva com 3 mil kg disponível para doação – basta entrar em contato com a administração da escola para agendar a possiblidade de retirada do produto na chácara do Colégio.
Por meio dessas atitudes em respeito ao planeta, contando com a colaboração dos estudantes, pais, professores e funcionários, apoiadas sempre nos conteúdos trabalhados em sala de aula, a instituição consegue sensibilizar as futuras gerações para a cultura da sustentabilidade. “Nossa preocupação não está somente na preparação dos estudantes para as provas, mas também na formação de bons cidadãos”, destaca o diretor Carlos Dorlass, que também é biólogo.
A Rede Marista de Colégios (RMC) está presente no Distrito Federal, Goiás, Paraná, Santa Catarina e São Paulo com 18 unidades. Nelas, os mais de 25 mil alunos recebem formação integral, composta pela tradição dos valores Maristas e pela excelência acadêmica.
Como fazer a compostagem em casa?
Para fazer a compostagem em casa você precisará de três caixas plásticas empilhadas ( uma deve ter tampa e as outras devem ter pequenos furos no fundo para que a umidade passe entre elas ), terra vegetal, algumas minhocas para transformação da matéria orgânica em húmus, folhas secas, pequenos galhos, restos de alimentos vegetais e frutas, casca de ovo e um pouco de borra de café para facilitar o processo de decomposição. Para evitar mau cheiro, não use resíduos de carnes, laticínios e nem comidas temperadas.Reúna toda a família neste processo, esta é uma forma prática de ensinar conceitos sustentáveis para seus filhos.
O primeiro passo é forrar a caixa com folhas secas e galhos, colocar o lixo orgânico em cima, seguido da terra com as minhocas misturadas com a borra de café. Cubra tudo com mais folhas secas. Depois disso, faça novos depósitos diariamente até preencher esse compartimento. Passe esse reservatório para baixo e suba uma nova caixa vazia. Recomece o processo. Note que na última caixa ficará acumulado um líquido escuro muito nutritivo para plantas. Dilua uma parte desse líquido em dez partes de água para borrifar ou regá-las. O processo de compostagem nunca termina, mas após três semanas em média um volume considerável de húmus estará formado e pronto para ser usado como adubo orgânico em hortas, jardins e vasos.