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Londrina perde 31% da água produzida

Apesar de ter bons índices de fornecimento de água, de coleta e tratamento de esgoto, Londrina tem um índice que precisa ser melhorado, na avaliação do presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. Segundo ele, a cidade ainda tem uma perda de 31%, ou seja, a cada dez litros produzidos pela Sanepar, 3,1 se perdem em vazamentos, ligações clandestinas e outras irregularidades na distribuição. “Esse é um indicador que Londrina precisa melhorar porque no Sul ainda não há problemas com escassez de água, mas São Paulo também não estaria numa situação tão crítica se tivesse reduzido as perdas lá atrás.”

O professor de saneamento do curso de engenharia civil da Universidade Estadual de Londrina, Fernando Fer-nandes, aponta outro fator a ser melhorado no sistema de saneamento da cidade. “O nível do tratamento do esgoto precisa melhorar porque os rios que recebem o despejo são de vazão muito baixa. Precisa ser melhor tratado porque, se é um rio de maior vazão, não sente tanto. Mas não é o caso aqui em Londrina.”

Rede de esgoto de Londrina cresceu 84% em 10 anos

Há anos entre as primeiras colocadas do ranking nacional do saneamento, Londrina pode se orgulhar da rede de esgoto que tem. Os dados compilados pela Secretaria Municipal de Planejamento no Perfil Londrina 2014 mostram que, em dez anos, o número de ligações da rede de esgoto cresceu 84%. Passando de 68 mil ligações em 2003 para 127 mil uma década depois. Graças a isso, 90% da população da cidade já é atendida pelo serviço, enquanto a média nacional é de 62%. O desafio é aumentar a capacidade de tratamento para então ampliar a rede e chegar à totalidade dos domicílios.

No ano passado, Joinville, cidade de mesmo porte e frequentemente comparada a Londrina, comemorava o atendimento a 32% da população. Em 2003, Londrina já ostentava o índice de 73%. “Londrina é uma das cidades mais bem posicionadas no ranking de saneamento e a cada ano avança um pouco. Claro que a dificuldade fica maior quanto mais perto chega dos 100% porque são as áreas mais distantes, ainda irregulares, que restam”, avaliou o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.
De acordo com o gerente geral da Sanepar em Londrina, Carlos Roberto Pinto, a evolução da rede de esgoto local se deve aos investimentos feitos na cidade. “Em 2012, por exemplo, entrou em operação a Estação de Tratamento de Esgoto Esperança, que permitiu de imediato a implantação de 38 quilômetros de rede coletora em bairros da região sul de Londrina e em Cambé, que não tinham como ser atendidos”, explicou.

Segundo ele, esses investimentos precisam ser constantes para acompanhar o crescimento populacional da cidade e chegar aos pontos ainda desatendidos pela rede. “Para alcançar 100% da população, é preciso aumentar a capacidade das estações de tratamento de esgoto e a extensão das redes coletoras. A Sanepar não amplia o serviço de coleta se não houver capacidade de tratamento”, argumentou. Além disso, são precisos altos investimentos para dissolver as dificuldades técnicas e os impedimentos de implantação da rede em algumas localidades da cidade.
Londrina tem hoje cinco Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e, de acordo com o gerente da companhia, já foram liberados R$ 50 milhões para a duplicação da capacidade de tratamento das estações Norte e Sul. “A obra deve começar em 2015, com duração de 18 meses. Com o aumento da capacidade das ETEs, será possível ampliar a extensão da rede coletora nas regiões norte e sul de Londrina”.

A dona de casa Ignes Budzinski, moradora do Jardim Belo Horizonte (zona leste), ainda comemora a chegada da rede de esgoto na sua rua, seis meses atrás. “A gente tinha fossa e era bem feitinha, então, não dava problema. Mas o esgoto é bem melhor”, compara. Segundo ela, que mora ali há 12 anos, a espera foi longa. “No começo foi difícil. Eles vinham e faziam nas ruas próximas, a gente achava que ia chegar aqui e não chegava. Finalmente, ano passado, chegou.”

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