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Ministério Público será acionado no caso das microalgas no Rio Pirapó

A força-tarefa constituída para fiscalizar, mapear e analisar a água do Rio Pirapó e seus afluentes vai encaminhar ao Ministério Público, nesta terça-feira (21), um relatório com as informações sobre as investigações realizadas nos últimos dias. A informação é do tenente Luiz André Moreira, da Polícia Ambiental, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira, na sede da Sanepar, em Maringá. A Bacia Hidrográfica do Rio Pirapó abrange 33 municípios, dos quais 11 estão entre a nascente do rio, em Apucarana, até a captação de água da Sanepar, em Maringá.

Do relatório, constam análises da água coletada no rio e em lagoas de piscicultura instaladas na microbacia do Pirapó, além de imagens captadas no sobrevoo com helicóptero contratado pela Sanepar na tarde do dia 17 de janeiro. A aeronave percorreu mais de 200 quilômetros em quatro horas de voo, da captação de água, em Maringá, até a nascente do rio, no município de Apucarana.

Paulino Heitor Mexia, chefe regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), garantiu que as ações da força-tarefa irão continuar até que o problema das microalgas seja resolvido. “Vamos intensificar a fiscalização em pesqueiros e parques aquáticos nos municípios acima da captação da Sanepar”, disse. Valteir Galdino da Nóbrega, gerente regional da Sanepar, explicou que as microalgas provocaram odor e sabor na água, porém não representam riscos à saúde humana. “A Sanepar realiza na Estação de Tratamento de Água mais de 9.000 análises por mês. Garantimos qualidade e a potabilidade da nossa água, porém queremos que os responsáveis sejam identificados e o problema resolvido”, ressaltou.

A força-tarefa é composta por técnicos da Sanepar e representantes da Defesa Civil Estadual e Municipal, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Emater e Instituto Águas do Paraná.

ENTENDA O CASO DAS MICROALGAS – Para abastecer a população de Maringá, a Sanepar capta água de duas fontes distintas: do Rio Pirapó, responsável pelo atendimento de 85% dos moradores; e de poços tubulares profundos, que fornecem para os outros 15%. A água do Pirapó é captada na estação instalada nas margens do Rio e percorrem 12 quilômetros de tubulação – em aproximadamente duas horas –, até chegar à Estação de Tratamento de Água (ETA) Maringá, na Zona 7 da cidade.

Desde o dia 23 de dezembro, quando registrou a presença de microalgas do tipo Oscillatoriales no Rio Pirapó, a Sanepar alterou o tratamento da água. Foi cancelada a pré-cloração (o cloro mata as microalgas, mas ao terem suas moléculas rompidas exalam odor e deixam a água com gosto de barro) e passou a aplicar carvão ativado, que elimina o gosto da água.

A Portaria 2914 do Ministério da Saúde recomenda cuidados especiais quando for detectada a presença de 20 mil células por mililitro (células/ml) de microalgas. No Rio Pirapó, no auge do problema (dia 27 de dezembro), foram registradas 10,8 mil microalgas por mililitro de água. Na sequência, caiu para 5,3 mil e, sucessivamente, elas foram diminuindo. No dia 10 de janeiro, o índice estava inferior a 400 células/ml.

No final da semana (dias 11 e 12 de janeiro), quando os técnicos da Sanepar retomaram o tratamento convencional, ou seja, com a pré-cloração, as microalgas que permaneceram na estação de tratamento e que chegam do Rio Pirapó voltaram a exalar o odor. Os químicos da companhia, na terça-feira (14), decidiram retornar o tratamento sem a pré-cloração e, a partir de quinta-feira (16), adicionar o carvão ativado na água bruta, na entrada da Captação do Rio Pirapó. Dessa maneira, o carvão tem mais tempo em contato com as microalgas.

TRATAMENTO TRADICIONAL – Quando entra na Estação, a água, primeiramente, passa pelos processos de pré-cloração e de coagulação. A adição de coagulantes faz com que as impurezas se juntem, formando flocos. Como os flocos são mais pesados do que a água, acabam parando no fundo dos tanques de tratamento, processo conhecido como decantação.

A água passa, então, por filtros onde elementos como areia, carvão antracito, pedregulhos e rochas maiores formam camadas filtrantes que dão continuidade ao processo de purificação. Depois, a água recebe o cloro e o flúor. O cloro garante a desinfecção e a potabilidade da água até chegar às casas. O flúor é importante para a saúde dos dentes e redução dos casos de cárie dentária. Dentro da ETA e na rede de distribuição, a Sanepar realiza as análises exigidas pela portaria para garantir que a água que chega às torneiras dos maringaenses esteja de acordo com as normas internacionais determinadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e as regras nacionais do Ministério da Saúde (Portaria 2914/2011).

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