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O lixo e o esgoto no caminho das águas em Itumbiara

Um dos setores em que a cidade de Itumbiara alcançou maior avanço na última década foi o de saneamento básico, área que tem influência direta na promoção da saúde da população e resultouem qualidade de vida e economia de recursos para curar doenças na proporção de quatro vezes mais para cada real investido, conforme estudos da OMS – Organização Mundial da Saúde.

Mesmo ainda sem contarcom o Plano Municipal de Saneamento, que está em discussão desde de 2011 e que tem prazo para conclusão até dezembro de 2015, documento exigido pela Lei 11.445/2007 e que norteia os investimentos na área de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem e manejo das águas pluviais e de resíduos sólidos, Itumbiara se destacou como referência em saneamento no Brasil. Neste ano, mesmo sem o plano,precisa criar os mecanismos de controle social relativo a ações de saneamento com aprovação e leis até 31 de dezembro.

Na parte também de planejamento das ações, falta aindaao município a aprovação do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos sólidos, regulamentado pela Lei 12.305/2010 e que previu o prazo para elaboração até agosto de 2012, mas que pode ser suprido e incorporado junto ao Plano Municipal de Saneamento a ser concluído em 2015.
Se os planos municipais não andaram tão bem, como na maioria dos municípios brasileiros, não faltaram obras da área de saneamento na última década em Itumbiara, com exceção do Aterro Sanitário, que obteve apenas parte dos recursos no início da década de 2000 e que não foram bem aplicados na época e acabaram voltando para o Ministério do Meio Ambiente. Mesmo assim é possível falar em avanços, pois apesar da falta de financiamento para a obra, todos as outras etapas que envolveram compra de área, projeto, orçamento e licenciamentoforam concluídos e até houve licitação. Faltaram mesmo só a obtenção de recursossuficientes para fazer a obra.

A questão do Aterro Sanitário começou a se discutida em 2002 quando foi assinado um convenio com o Ministério do Meio Ambienteno valor de R$ 411 mil e mais a contrapartida do município, que totalizaria R$ 728 mil, dentro do “Programa Brasil Joga Limpo”. Seriamadquiridos balança, prensa hidráulica, além da contratação de serviços de urbanização, trincheiras, construção de galpão, recuperação do lixão e um programa de gerenciamento dos resíduos sólidos. Uma fundação do Rio Grande do Sul começou o trabalho e não concluiu, deixando uma série de problemas e parte dos recursos tiveram que ser devolvidos anos depois.

A partirde 2005 recomeçaram os estudos para a implantação do novo Aterro Sanitário, já que a área ambiental no Estado constatou que o local onde atualmente funciona um Aterro controlado possui proximidade com o lençol freático, que pode ser afetado por resíduos do lixo que diariamente ali é depositado. Foi então adquirida uma área de sete alqueires no valor de R$ 420 mil, em que se observou uma profundidade mínima de 08 metros do lençol freático.

A área que também possui jazida para extração de cascalho, está localizada no. trevo para Cachoeira Dourada ás margens da BR 452 e GO 206. O projeto de construção do Aterro Sanitário prevê Usina de reciclagem de lixo, Incinerador de lixo hospitalar e depósito de lixo industrial. O tipo de manejo dos resíduos sólidos realizado atualmente pelo município é do tipo de aterro controlado, em que é utilizada uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos á saúde pública e a segurança, minimizando os impactos ambientais.Os resíduos sólidos são confinados e cobertos com uma camada de material inerte. É uma técnica intermediária entre os lixões que não devem mais existir e o Aterro Sanitário que será construído.

Se os resíduos sólidosainda não tem um manejo ideal, os serviços de coleta, transporte e tratamento do esgoto da cidade estão entre os melhores do mundo e com a conclusão das últimas obras em andamento, chegará a universalização no início de 2015 com mais de R$ 60 milhões de investimentos só no esgotamento sanitário, através de parcerias com a União e o Estado de Goiás. Quando se leva em consideração os serviços de abastecimento de água potável, os valores atingem R$ 100 milhões na última década.

O município que só tinha coleta e transporte do esgoto e que não possuía tratamento adequado, poluindo seus cursos de águas, sé em 2006 começou a proteger nosso rio e seus ribeirões, quando foi inaugurada a primeira etapa da ETE, e assim surgiram os interceptores que tiraram o esgoto das águas dos ribeirões Água Suja, Trindade, Pombas e Buritis e do Rio Paranaíba, ainda que de forma parcial.

Até o início de 2005 não havia nenhuma perspectiva de investimento na área de saneamento, porque estava vencida a concessão dos serviçosa Saneago desde o ano de 2002 e a questão estava sendo discutida na Justiça. No primeiro governo de Zé Gomes da Rocha (2005/2008),o município fez a renovação por 20 anos e com um detalhe: enquanto uma gota de esgoto chegasse as águas dos córregos, ribeirões e do Rio Paranaíba, a população de Itumbiara só pagaria 20% da fatura dos serviços de esgotamento sanitário, e assim tem sido até hoje.

Concluída a primeira etapa da ETE em 2006, os investimentos não pararam. Começou com a conquista de uma emenda parlamentar que tornou possível iniciar a ampliação da ETE que seria concluída em 2013 para tratamento total do esgoto coletado e transportado em Itumbiara por uma população de 100 mil habitantes e mais de 30 mil imóveis atendidos, com mais um reator, lagoas de secagem e de tratamento.

Com o surgimento de uma nova cidade a partir dos conjuntos residenciais de interesse popular, que se deu com a construção de mais três mil unidades habitacionais, foram conquistados novos recursos através do PAC do governo federal e assim, as novas habitações foram construídas com toda infraestrutura de saneamento básico.

Alguns antigos bairros como Cidade Jardim, Alto da Boa Vista e Jardim América que não contavam com o sistema de esgoto e acabavam poluindo o Rio Paranaíba, também ganharam redes e ramais, pois foram obtidos recursos através do FGTS que o município contratou e que estão sendo pagos pela concessionária Saneago, com previsão de conclusão até o início de 2015.

Para finalmente garantir a universalização do serviço de esgotamento sanitário, faltavam ainda R$ 23 milhões em recursos e assim em 2012 a Prefeitura de Itumbiara e a Saneago assinaram o convênio que finalmente vai tornar as águas da cidade de Itumbiara totalmente protegidas, com todo esgoto coletado, transportado e tratado em uma das mais modernas Estações de Tratamento de Esgoto no Brasil.

Foi assim que investindo R$60 milhões em Esgotamento sanitário que Itumbiara já está economizando mais de R$ 240 milhões em gastos para tratar de doenças, ou seja uma economia de todos os recursos que são gastos pela Saúde de Itumbiara em quatro anos. Acima de tudo foi assim que se preservaram vidas, principalmente de criançase que nossas águas que deram origem a cidade foram protegidas.

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