saneamento basico

Uso de ‘água morta’ é avaliada para combater a crise

Uma solução técnica poderá ser adotada no Sistema Cantareira para acrescentar mais 400 bilhões de litros de água ao volume útil armazenado e distribuído à Região Metropolitana de São Paulo e aos municípios das Bacias PCJ (Piracicaba/Capivari/Jaguari) quando os reservatórios chegarem em situação extrema. A Agência Nacional de Água (ANA) propôs, e a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) está estudando a viabilidade, de utilização do chamado volume morto, uma água que está nos reservatórios do sistema, mas que não é usada porque fica abaixo do nível dos túneis que interligam as represas. Essa água, se usada, seria suficiente para abastecer as regiões de São Paulo e de Campinas por 137 dias, garantindo 200 litros diários por pessoa.

A solução, emergencial, é uma das medidas que deverão ser recomendadas pelo comitê anticrise, que fez nesta sexta-feira (7) sua primeira reunião para definir como irá funcionar e suas competências e que, na próxima quarta-feira (12), já instalado, analisará a situação e fará recomendações aos órgãos gestores, ANA e Daee, para o enfrentamento da crise de abastecimento. Esse comitê é formado por representantes da ANA, Daee, e dos comitês de bacias PCJ e Alto Tietê. O comitê fará o monitoramento diário do nível dos reservatórios, da previsão de chuvas e das medidas adotadas pelos municípios.
Uso de bombas
Segundo o presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo, o uso do volume morto — a retirada dessa água seria feita por bombas — nunca foi utilizado no Sistema Cantareira. “Se conseguirmos utilizar 25% desse volume, isso vai representar metade do volume útil existente no sistema”, afirmou. Uma quantidade assim, abasteceria as duas regiões por 34 dias. “É como um prato de sopa, em que você vê que ainda há uma quantidade no prato, mas que para acessar, você precisa virar o prato. Com o Cantareira é assim: temos uma água que está abaixo da entrada dos túneis, e que precisaremos de bomba para captar”, afirmou.
A operação não é simples e nem a solução do problemas. “É preciso ver que, se for usada, a recuperação dos reservatórios, quando começar a chover, terá primeiro que ser feita repondo o volume morto, o que significa que levará muito tempo para termos água suficiente nas represas”, disse. O Consórcio PCJ, entidade que reúne usuários de água — empresas e prefeituras — estima que serão necessárias chuvas de 17mm em média diária durante 60 dias ou mil mm no acumulado para que os reservatórios do Sistema Cantareira voltem a operar com 50% de sua capacidade de armazenamento de água e aumentar a vazão dos rios.
Restrições
Guillo defende que, além do uso do volume morto, seja adotada também a restrição de uso da água (por exemplo, para a irrigação) e a redução do consumo pelo população. “Nesse momento de crise, não há uma única solução que possa oferecer garantias de abastecimento isoladamente para atravessar esse período”, disse.
A existência de um volume morto foi constatada em 2000 em um estudo da Universidade de São Paulo (USP). Quando o Cantareira está com 100% de sua capacidade, ele possui uma vazão de 33 metros cúbicos de água por segundo. O índice de 0% é registrado quando a quantidade de água não causa mais pressão suficiente para manter essa vazão.
Fonte e Agradecimento: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/02/capa/campinas_e_rmc/152197-uso-de-agua-morta-e-avaliada-para-combater-a-crise.html
Últimas Notícias:
Gerenciando Montanhas Lodo

Gerenciando Montanhas de Lodo: O que Pequim Pode Aprender com o Brasil

As lutas do Rio com lodo ilustram graficamente os problemas de água, energia e resíduos interligados que enfrentam as cidades em expansão do mundo, que já possuem mais de metade da humanidade. À medida que essas cidades continuam a crescer, elas gerarão um aumento de 55% na demanda global por água até 2050 e enfatizam a capacidade dos sistemas de gerenciamento de águas residuais.

Leia mais »