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Rio Preto

Semae descarta privatização e prevê água do rio Grande em Rio Preto-SP em 2030

Superintendente do Semae afirma que projeto de captação de água do rio Grande está em fase de finalização e que obra estimada em R$ 845 milhões, pode ser financiada.

 

Dois anos depois de apresentar o projeto básico de captação de água no rio Grande, o Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae) de Rio Preto finaliza o estudo da obra em julho, com projeção do início da operação do sistema em 2030 e sem cogitação de de privatização do serviço. As afirmações foram feitas pelo superintendente da autarquia, Nicanor Batista Júnior, durante visita à redação do Diário na quinta-feira, 21, acompanhado do assessor de imprensa Ruy Sampaio.

“Não pode passar de 2030 para a água estar chegando (da captação do rio Grande). Precisamos dessa alternativa”, defendeu Nicanor.

Segundo o superintendente, a obra, atualmente orçada em cerca de R$ 845 milhões, poderá ser bancada futuramente pelo município, via Semae, ou mesmo Prefeitura, por meio de linha de financiamento do governo federal. Ele diz que é contra a privatização da obra — tema recorrente e que ganhou força em 2020, ano de eleição.

“Sou contra (privatização). Não não há necessidade de privatizar. Eu conheço o assunto e acho que Rio Preto tem capacidade de fazer essa obra. Não tem dinheiro hoje, mas tem condições de pagar ao longo de 20, 30 anos. Como estamos fazendo com a estação de tratamento de esgoto e tantas outras obras”, argumenta.

Segundo Nicanor, uma eventual concessão à iniciativa privada ficaria a cargo de futuros prefeitos. A atual gestão de Edinho Araújo (MDB) não pretende privatizar serviços do Semae, segundo o superintendente. A finalização do projeto dará início ao estudo econômico para viabilizar a empreitada milionária. No cenário atual, outras possibilidades, de público-privada ou concessão estão descartadas. Nicanor afirma que a taxa de juro a ser paga em possível financiamento irá confirmar a possibilidade de Rio Preto bancar a obra.

O Semae tem orçamento deste ano previsto em R$ 245 milhões. Em média, a autarquia paga cerca R$ 7 milhões de amortização de financiamentos. No entanto, a obra pode resultar em impacto na tarifa de água, o que ainda será objeto de estudo da autarquia.

O projeto prevê a captação do rio Grande em Fronteira, Minas Gerais, a cerca de 60 quilômetros de Rio Preto. Segundo o Semae, já há autorização do proprietário da área para a construção da estação elevatória de captação de água. A água chegará a estação de tratamento no Distrito Industrial Carlos Arnaldo, obra que também faz parte do projeto. “É um desafio para os próximos anos”, arfima.

 

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O estudo para captação no rio Grande teve início na gestão de Valdomiro Lopes (PSB), em convênio do governo federal. Em 2016, o Semae assinou contrato com a empresa Estática Engenharia, para a realização do projeto. O convênio do projeto prevê gastos de R$ 14 milhões. O contrato vence em 21 de março deste ano. A projeção da autarquia é concluir o projeto até julho. O estudo é pago com recurso do governo federal, em convênio com a Caixa.

De acordo com o superintendente, a fase atual é de definição do traçado que será utilizado na empreitada. A intenção é utilizar faixa de domínio às margens da BR-153, que pertence à União. Outra possibilidade passa por áreas particulares, o que depende de desapropriações.

“Pedimos para estudar o traçado e ver se não há impedimento para uso da faixa que pertence ao Dnit”, armou Nicanor.

Necessidade

Atualmente, Rio Preto depende de captação de água em 360 poços profundos dos aquíferos Bauru (50%), nove poços do Guarani (25%) e da Represa Municipal (25%). A produção é suficiente para atender cerca 500 mil pessoas. Com a captação fora da cidade, a produção, segundo o Semae, atingiria 1,5 milhão de moradores.

“O processo de crescimento da cidade joga urbanização contra a captação. Na medida que impermeabiliza solo não tem recarga no lençol subterrâneo do aquífero. É um tema que tem de ser debatido com a sociedade para mostrarmos essa necessidade”, comentou Nicanor.

Fonte: Diário da Região 

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