A organização de conservação marinha Oceana pediu neste domingo aos países e empresas que participarão da conferência “Nosso Oceano” que começa amanhã na Indonésia a se comprometerem a reduzir a produção de plástico e buscar alternativas, já que descarta a reciclagem como solução.
O diretor-executivo da Oceana, Andrew Sharpless, exigiu ao setor privado que utilize outros materiais “que não duram mil anos e são tóxicos”, durante uma entrevista coletiva prévia à cúpula cuja presente edição será realizada na ilha indonésia de Bali.
“Se apenas prometem (os países e as companhias) fazer embalagens recicláveis ou incentivar a reciclagem, não estão fazendo o que devem de fazer”, indicou Sharpless à Agência Efe ao término do comparecimento diante da imprensa.
Segundo o conservacionista, a produção de plástico cresce em nível global uma média de 4% a cada ano, por isso que “duplicará nos próximos 10 ou 15 anos”.
A ONU estima que a cada ano cerca de 8 toneladas de plástico vão parar nos oceanos, e que em muitos casos este material é ingerido pelos animais marítimos. Posteriormente, estes animais farão parte da uma cadeia alimentícia dos humanos.
Descarte de plástico
A Indonésia, o quarto país mais populoso do mundo, se situa depois da China como a segunda nação que mais plástico descarta no oceano, segundo um estudo publicado em 2015 pela revista “Science”.
O ator canadense Joshua Jackson, que apoia o ativismo da Oceana, indicou à Agência Efe em Bali que a solução do problema para o plástico começa pelos compromissos das empresas e das políticas nacionais e internacionais antes da mudança de hábito das pessoas.
O Ministério da Pesca indonésio indicou que a quinta edição da “Nosso Oceano” se centrará em compromissos concretos e buscará assegurar que os acordos alcançados em edições anteriores sejam cumpridos.
Desde 2014, quando começou a conferência anual internacional impulsionada pelo Departamento de Estado dos EUA, os países presentes alcançaram 663 compromissos dos quais foram completados 206 até o momento, garantiu o Ministério indonésio.
A cúpula reunirá entre 29 e 30 de outubro sete chefes de Estado, 37 ministros e 2.200 delegados junto a ONGs e o setor privado para discutir sobre zonas protegidas, pesca sustentável, contaminação dos oceanos, segurança marítima, mudança climática e economia sustentável, entre outros temas.