saneamento basico

Dilma terá de tomar decisão crucial para a economia, mesmo em meio à crise

Em meio a uma crise política que alguns ministros da presidente classificam agora como “gravíssima”, Dilma Rousseff mergulha em uma disputa “política” em seu ministério e em sua base aliada que pode também elevar a temperatura no campo econômico, a partir da definição da meta (nova?) do superávit fiscal deste ano.

É claro que a questão política ainda vai dar muitas voltas e render muitas conversas e outros tais nesses dias, apesar do recesso do Congresso. A partir de hoje é que se verá de fato os efeitos da metralhadora giratória e do rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com a presidente Dilma Rousseff.

Alguma coisa até já se pode sentir. Estava já nos jornais de fim de semana e hoje a “Folha” retoma o assunto: as pressões do PMDB e do PT para a presidente trocar o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tido no Congresso e nos partidos aliados como o principal responsável pelas barbeiragens políticas cometidas pelo Palácio do Planalto desde a reeleição de Dilma.

O candidato preferido de Lula para o lugar é o ministro da Defesa, Jaques Wagner. A pergunta que se faz é se Dilma terá agora condições de resistir a essas pressões como resistiu até então.

Além disso, embora tenha ficado falando sozinho na sexta-feira e no sábado tenha dito que não existe, por parte dele, uma pauta de vingança (o que são, então, a abertura de duas CPIs e o desengavetamento de pedidos de abertura de processos de impeachment contra a presidente?), Eduardo Cunha não está tão isolado assim.

Desde sexta-feira está no ar, na TV Senado, algo não previsto, um pronunciamento de quase vinte minutos do presidente da Casa, Renan inesperado, defendendo o correligionário. Na sexta-feira cedo, quando o presidente da Câmara espalhava fogo para todos os lados, Calheiros se absteve de falar qualquer coisa.

Contudo, é óbvio que ele é solidário com o parceiro. Afinal, os dois estão no mesmo barco: ambos culpam o governo pela divulgação inicial do envolvimento deles na Operação Lava-Jato. Cunha explodiu. Renan é mais matreiro. E ambos temem a qualquer momento uma ação da Policia Federal.

é a economia…

Com esse caldo de cultura fervilhando, Dilma terá de mergulhar mais na economia e definir uma questão que é crucial para a credibilidade da política econômica conduzida pelo ministro Joaquim Levy e até aqui avalizada por ela.

Até depois de amanhã, os ministérios econômicos, devem enviar o relatório de programação orçamentária referente ao terceiro bimestre do ano, conforme determina a Constituição. Serão feitos ajustes na programação de receitas e despesas e, naturalmente, em alguns parâmetros econômicos com os quais o governo vinha trabalhando. Um deles se refere ao superávit primário deste ano, previsto em janeiro em 1,13% do PIB e mantido ata agora.

Porém, as pressões, dentro do governo, dos ministros políticos e até de gente da área econômica (aí mais discretamente) e também dos aliados é para que esta meta seja reduzida, para evitar que a economia continue mergulhada no buraco em que está. No Congresso já há uma proposta de diminuição para 0,4% do PIB. Em áreas governistas, leia-se principalmente Ministério da Fazenda e Casa Civil, defende-se algo entre 0,6% e 0,8% do PIB.

No seu pronunciamento na TV Senado, Renan Calheiros verbalizou essas pressões. Classificou o ajuste fiscal de tacanho e insuficiente, executado de modo equivocado. “Até aqui, quem pagou a conta foi o andar de baixo. Esse ajuste sem crescimento econômico é cachorro correndo atrás do rabo, circular, irracional e não sai do lugar. é enxugar gelo até ele derreter. é preciso cortar ministérios, cargos comissionados, fazer a reforma do Estado e acabar com a prática da boquinha e apadrinhamento.”

É mais um sinal de que o Congresso não vai conceder tudo o que o ministro Joaquim Levy quer para equilibrar as contas públicas. E há ainda pelo menos duas propostas do ajuste na dependência de votação no parlamento: o aumento da contribuição patronal para a Previdência (chamada “reoneração” tributária) e a proposta de repatriação de dinheiro lícito de brasileiros no Exterior. A primeira depende apenas do Senado. A segunda precisa passar pelas duas casas.

O ministro da Fazenda não quer nem ouvir falar de diminuir o superávit. Ele teme derrubar de vez o pouco que resta de confiança dos agentes econômicos na política comandada por ele. Em entrevista exclusiva &agrave “Folha” domingo ele fez uma veemente defesa da meta estabelecida. Entre os problemas que a mudança pode trazer disse ele, é agravar ainda mais o arrocho.

Quem tem sustentado as posições de Levy até agora é Dilma. Na semana passada, numa reunião no Palácio do Planalto com sua base política, ela nem quis que o assunto fosse comentado. De lá para cá, sua posição política ficou um pouco mais abalada. Terá ainda força para agüentar tantas pressões diante do argumento dos parceiros de que um superávit menor melhorará a economia e ajudar a erguer a popularidade presidencial?

MAIS INDICIAMENTOS NO LAVA-JATO

A Polícia Federal (PF) entregou &agrave Justiça, ontem o relatório das investigações sobre a participação da Andrade Gutierrez em esquemas de corrupção na Petrobras. Nove pessoas foram indiciadas pelos crimes de corrupção, formação de cartel, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. Entre elas estão o presidente da construtora, Otávio Marques de Azevedo, e o executivo Elton Negrão, que cumprem prisão preventiva em Curitiba. Em nota, a empreiteira negou “qualquer relação com os fatos investigados pela Lava-Jato.

ANGELA MERKEL

E A CRISE GREGA- A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que seria possível falar sobre alterar os vencimentos e reduzir os juros da dívida da Grécia após a primeira revisão bem sucedida do novo pacote de resgate, que será negociado. “Já foi dado um alívio &agrave Grécia. Tivemos uma redução da dívida voluntária por parte dos credores privados e então estendemos os prazos e reduzimos os juros. (…) E agora podemos falar sobre essas possibilidades de novo … uma vez que a primeira revisão bem sucedida do programa a ser negociado for concluída, em seguida exatamente esta questão será discutida”.

Fonte: InfoMoney

Últimas Notícias:
Gerenciando Montanhas Lodo

Gerenciando Montanhas de Lodo: O que Pequim Pode Aprender com o Brasil

As lutas do Rio com lodo ilustram graficamente os problemas de água, energia e resíduos interligados que enfrentam as cidades em expansão do mundo, que já possuem mais de metade da humanidade. À medida que essas cidades continuam a crescer, elas gerarão um aumento de 55% na demanda global por água até 2050 e enfatizam a capacidade dos sistemas de gerenciamento de águas residuais.

Leia mais »