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YSanso projetos em saneamento

YSanso mira projetos de R$ 4,7 bi em saneamento – mesmo com novo marco

YSanso projetos em saneamento

As mudanças feitas pelo governo Lula no marco do saneamento, na semana passada, não afetaram os planos da novata YSanso. A companhia quer participar da concorrência para parcerias público-privadas (PPPs) de projetos de saneamento básico em municípios de até 300 mil habitantes e já avalia 15 ativos no Brasil, que somam R$ 4,7 bilhões em investimentos.

Companhia vai disputar PPPs em municípios de até 300 mil habitantes

A expectativa é que a primeira operação seja fechada nos próximos 60 dias. O valor total investido pode ser ainda maior. A empresa já garantiu o comprometimento de capital com investidores para projetos que podem chegar a R$ 5,8 bilhões em investimentos.

À frente da YSanso, o fundador Italo Joffily é um nome conhecido do setor, com passagens pela Aegea e pela antiga CAB Ambiental, atual Iguá Saneamento. Para financiar esses projetos, a empresa já garantiu recursos para projetos com dois fundos, um deles internacional, diz o empresário. A assessoria financeira e a captação de recursos serão tocadas pela Inspire Capital Partners, formada por executivos que vieram de bancos de investimentos como ING, Credit Suisse e Lazard.

Além da disputa de licitações de saneamento básico, a empresa tem avaliado investimento em ativos de resíduos sólidos e de drenagem pluvial. “Cerca de 70% do capex será voltado para o investimento em PPPs e o restante para a aquisição de outros ativos”, diz Joffily.

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O financiamento dos projetos deve contar com cerca de 20% de aporte de capital e 80% de dívida, e Joffily vê interesse do governo em participar do financiamento desses projetos via BNDES. “Mas não estamos olhando para isso como uma obrigatoriedade”, afirma.

A Ysanso é formada por executivos da Hidroconsult, consultoria especializada na elaboração de estudos e projetos de engenharia e assessoria técnica, tendo participado da atualização do Plano Diretor de Saneamento Básico da Região Metropolitana de São Paulo e gerenciamento técnico no Pró-Billings.

YSanso projetos em saneamento

A YSanso chegou a analisar as 11 concessões colocadas à venda pela Iguá Saneamento, mas não fez uma oferta. “Desistimos por conta da percepção de valor que tínhamos dos ativos, mas estamos olhando outros movimentos no mercado.”

Apesar de não ter alterado os planos, o executivo reconhece que as mudanças no Marco do Saneamento podem reduzir o número de novas concessões, já que algumas empresas contratadas que não têm condições financeiras de operar vão poder manter ou renovar os contratos com os municípios sem passar por uma nova licitação.

Antes das mudanças no marco regulatório, Joffily afirma que havia um pipeline de 155 projetos de saneamento, dos quais 90 eram de municípios de até 300 mil habitantes, que são o foco da YSanso.

Pelo novo marco, 1.117 municípios que tinham contratos com companhias que estavam irregulares devido à falta de capacidade de cumprir com os objetivos de universalização dos serviços poderão continuar recebendo verbas do governo e participar de PPPs. “O governo premiou as empresas ineficientes”, diz Joffily.

O texto, no fim das contas, abre espaço para que as estatais sigam com uma maior participação no setor, porque as empresas públicas poderão entregar documentos que provem que terão capacidade de fazer os investimentos até o fim deste ano e a análise será feita pelas agências reguladoras locais até março de 2024. Enquanto isso, as companhias continuam recebendo verbas federais.

“Não só vão poder entregar os documentos mais tarde, como os critérios para provar a capacidade econômico-financeira dessas empresas foram afrouxados”, afirma o executivo, que vê potenciais questionamentos no Supremo Tribunal Federal.

O executivo acredita também que as mudanças no marco do saneamento devem atrasar o cronograma de investimentos no setor para cumprir a meta de universalização de fornecimento de água para 90% da população e de 90% para tratamento de esgoto até 2033.
Em relatório, o UBS destacou que essa é a situação de algumas companhias de saneamento no Acre, Maranhão, Pará e Piauí, que juntas demandam um investimento de cerca de R$ 100 bilhões para cumprir com as metas de universalização de serviços.

Para o Credit Suisse, as alterações no marco do saneamento devem gerar tarifas mais altas do que as praticadas sob a antiga regulação, dado o menor potencial de eficiência operacional dessas empresas. O banco, porém, não espera que as mudanças no marco regulatório alterem as perspectivas de privatização da Sabesp e da Copasa, cujas novos governos estaduais já manifestaram a intenção de tirar essas empresas de controle estatal.

Fonte: PipeLine.

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