Mudanças climáticas e a escassez de água
A crise de água e abastecimento é anunciada há anos, mas parece que 2014 chegou para confirmar a tragédia eminente.
A crise de água e abastecimento é anunciada há anos, mas parece que 2014 chegou para confirmar a tragédia eminente.
“Alguém já parou para pensar que, se o Governo do Estado de São Paulo tivesse tratado seriamente as previsões de colapso do Sistema Cantareira feitas desde 2001, talvez não estivéssemos vivendo o dilema de submeter 6,5 milhões de pessoas a um racionamento de água?”
A crise hídrica deixará uma marca profunda no balanço da Sabesp neste ano. A redução do consumo de água, os descontos para os consumidores e os gastos extraordinários decorrentes da estiagem vão reduzir receita, Ebitda (resultado operacional), margens e lucro da companhia. Analistas estimam que a empresa pode terminar o ano com queda de R$ 1,5 bilhão em sua receita líquida na comparação com 2013.
Principal fornecedor de água à população da Grande São Paulo, o Sistema Cantareira teve uma sequência de quedas no nível das suas represas - e o panorama já é considerado a pior crise da história na região. A rede, na sua totalidade, é responsável pelo abastecimento de 8,1 milhões de habitantes, população quase seis vezes maior do que o número de habitantes de Porto Alegre.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a afirmar neste sábado (2) que não pretende mudar sua estratégia para evitar a falta d’água no estado. Nesta manhã, o Sistema Cantareira estava com volume acumulado de 15,1% e não havia previsão de chuvas significativas.
Consumo médio de água na região dos Jardins, em São Paulo, é de 18 mil litros. No Grajaú, o uso cai quase para a metade. Veja a lista:
São Paulo atravessa uma de suas piores crises hídricas da história. Não fosse a captação do volume morto, o sistema Cantareira, da SABESP - que atende a 9.8 Milhões de paulistas sendo que 8.4 Milhões só na Capital - não teria água para abastecer a Grande São Paulo. Um ano atrás, o volume armazenado ítul era de 55%, hoje é de 18%, sendo todo ele representado pelo volume morto.
As notícias sobre a crise de abastecimento de água em São Paulo não são boas: “Sem volume morto, Cantareira já estaria sem água neste sábado (12/7)”, “Mesmo com chuva no Cantareira, nível continua caindo” e “Cinco represas do Alto Tietê chegam ao menor nível dos últimos dez anos”
A seca prolongada deste ano, que atinge cidades de São Paulo e Minas Gerais, espalha com ela problemas como o deficit do abastecimento de água, o aumento dos preços na agricultura, e a falta de desenvolvimento de peixes, além da economia de municípios que exploram de forma turística rios, represas e cachoeiras.
CAMPINAS - O problema da falta de água já afeta a produtividade e causa demissões no setor industrial paulista, afirmou o diretor de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Eduardo San Martin.