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Concessionárias investem em tecnologias que reduzem perdas de água

Concessionárias Perdas de Água

Por: Roberto Rockmann 

Investimentos em redução de perdas têm sido uma das vertentes dos investimentos de concessionárias pelo Brasil afora. Novas tecnologias para reduzir o desperdício são uma forma de elevar a receita e aumentar a eficiência operacional dos ativos. O volume seria suficiente para abastecer, por um ano, uma cidade com aproximadamente 660 mil habitantes.

Estratégia permite elevar a receita e aumentar a eficiência operacional dos ativos

Com 15 concessionárias e duas unidades industriais, e mais de 5,1 milhões de pessoas atendidas, a empresa investiu R$ 135 milhões na iniciativa, que contemplou a substituição de hidrômetros para manutenção da eficiência de medição do parque; substituição de redes obsoletas; fiscalização e regularização de ligações clandestinas; automação de estações; e pesquisa e conserto de vazamentos não visíveis, com auxílio de um sistema de inteligência artificial.

Foi feita a automatização dos sistemas, com destaque para o controle autônomo de pressão, que tem possibilitado uma gestão mais eficiente na distribuição, na operação com pressões estáveis e na redução de perda de água.

Com a pressão necessária, proporcionada pelo controle autônomo, verificam-se menos rompimentos e redução do volume de água perdido em vazamentos visíveis e não visíveis, o que contribui para redução do índice de perdas de água.

Já a automação do sistema de distribuição promove a comunicação, via internet, cabo ou rádio, entre as unidades operacionais e o Centro de Controle Operacional (CCO), e realiza, de forma automática, ações para assegurar o funcionamento de todo o sistema de distribuição de água.

A concessionária dividiu a cidade em zonas de abastecimento e vem trabalhando para tornar cada região independente com a implantação de novas redes, reservatórios, unidades de bombeamento e registros de manobra.

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Softwares de Controle

Em Campo Grande (MS), que detém um dos menores índices de perdas entre as capitais, a Aegea tem investido em softwares nas ações de redução de perdas.

Um exemplo é o Takadu, programa israelense, referência no monitoramento do sistema de abastecimento da cidade, identificando de forma dinâmica qualquer anomalia que ocorra na rede.

Além de softwares, o trabalho conjunto entre equipes de desenvolvimento e novas tecnologias são os responsáveis pela implantação de projetos pilotos que ampliem a segurança operacional do abastecimento de água da cidade.

Como projeto piloto, está sendo testado o monitoramento via inteligência artificial, aumentando a precisão na identificação dos pontos de vazamento e equipamentos com filtro de ruídos utilizados em campo.

Investimentos na melhoria das redes de distribuição também integram os planos das empresas, o que pode criar uma demanda firme nos próximos anos.

“O Brasil sempre foi um dos países com maior potencial de crescimento para a Saint-Gobain Canalização, englobando aí a questão de perdas, mas principalmente a enorme demanda reprimida de levar água e esgoto para todos os brasileiros”, diz Gustavo Siqueira, CEO Latam da Saint-Gobain Canalização. Nos últimos anos, a empresa tem investido em serviços com parcerias com outras empresas e startups para mitigar as perdas no sistema, como sensores, esferas lançadas no sistema que coletam dados e válvulas com controles.

“A tecnologia é uma grande aliada na redução das perdas, mas o mercado brasileiro está um passo atrás para se desenvolver plenamente. Nos últimos anos, as expectativas de desenvolvimento não se cumpriram devido à descontinuidade dos investimentos e à falta de previsibilidade do mercado, o que impacta na decisão por aportes na ampliação da capacidade da fábrica”, destaca. Siqueira diz que o novo marco ainda não impulsionou a demanda.

“Temos a expectativa de aquecimento do setor no início de 2024. O que estamos vivendo nos últimos anos é o aumento da participação de vendas para outros países da América Latina e um crescimento maior do que o registrado no Brasil. Temos fechado negócios importantes em países como México, Bolívia, Panamá e agora atendendo emergencialmente a crise hídrica vivida pelos nossos vizinhos do Uruguai”.

Fonte: Valor.

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