saneamento basico

Estudo do uso combinado de hidróxido de sódio e peróxido de hidrogênio em manancial eutrofizado destinado ao abastecimento humano

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a remoção de células de cianobactérias, cianotoxinas, ferro, manganês e demais parâmetros no tratamento de água proveniente do açude Mororó, localizado na região agreste do Estado de Pernambuco, submetido a estudos de oxidação com Peróxido de Hidrogênio 50%, Hidróxido de Sódio 50%, Hidróxido de Sódio e Peróxido combinados e Cloro. Os testes forma feitos em escala de bancada e em escala real na EEAB (Estação Elevatória de Água Bruta) em Pedra/PE. Para se avaliar a ação dos produtos químicos foram feitos testes variando cada um isoladamente e no final combinando o Peróxido de Hidrogênio com o Hidróxido, sempre aplicados na EEAB e avaliados os parâmetros após o tratamento na ETA Pedra. Os resultados mostraram que a remoção de células de cianobactérias pode ser superior a 99,9% tanto com peróxido de hidrogênio quanto com cloro liquefeito, embora tenha sido observada maior remoção de cianotoxinas e metais na forma combinada peróxido de hidrogênio e Hidróxido de sódio. Sendo assim, o presente trabalho apresenta os estudos do efeito da pré-oxidação e uso combinado de alcalinizante em um manancial contendo cianobactérias.

Introdução

O crescimento excessivo de cianobactérias em reservatórios brasileiros é uma realidade e tem prejudicado os usos múltiplos da água. Algumas cepas de bactérias, em especial as do grupo de cianobactérias, podem causar gosto e odor desagradáveis na água. Porém o maior problema está no fato de que podem produzir toxinas, tais como as microcistinas, que causam a morte de animais domésticos e selvagens e também a intoxicação humana (FERNANDES et al., 2009).

A maioria dos sistemas de captação do agreste pernambucano tem sofrido com a crescente escassez das chuvas e concentração de nutrientes que somados à intensa insolação da região, tem favorecido sua eutrofização. Além da possibilidade de presença de toxinas em águas eutrofizadas, as algas podem ser consideradas como fonte de precursores da formação de subprodutos da desinfecção que reagem com cloro produzindo Trihalometanos (THM).

O processo de oxidação envolve a troca de elétrons entre espécies químicas com mudança do estado de oxidação das espécies envolvidas. De acordo com Weber Jr. (1972), o objetivo da oxidação no tratamento de água é converter espécies químicas indesejáveis em espécies não prejudiciais, ou seja, no tratamento de água, além da inativação de organismos, os desinfetantes, devido ao elevado poder de oxidação que os mesmos apresentam, também são usados com outros fins, destacando-se:

• Oxidar ferro e manganês;
• Prevenir o crescimento e manutenção da estabilidade biológica nos sistemas de reservação e distribuição de água;
• Remover sabor e odor;
• Melhorar a eficiência de coagulação e filtração;

• Remover cor;
• Minimizar a formação de subprodutos da desinfecção dependendo do oxidante.

O processo de oxidação química pode então se configurar como a barreira para a redução dos riscos à saúde
associados à presença de cianotoxinas na água para consumo humano. Segundo a Portaria 2914/11 o limite
permitido para Microcistinas em água é de 1 μg/L. (BRASIL, 2011)

Os agentes oxidantes usados no tratamento de água para remoção dessas toxinas incluem, dentre outros, cloro,
dióxido de cloro, permanganato de potássio, ozônio e peróxido de hidrogênio. O presente trabalho contém
estudos realizados no laboratório da Gerência de Qualidade da COMPESA e estudos práticos na EEAB do
açude Mororó, em Pedra/PE, com a aplicação de cloro, peróxido de hidrogênio e o uso combinado de
Hidróxido de Sódio e peróxido de hidrogênio na remoção de cianobactérias e cianotoxinas.

O trabalho foi planejado em duas etapas. Na primeira, realizou-se em laboratório uma investigação
experimental utilizando-se os agentes oxidantes em concentrações variadas. Na segunda etapa, baseando-se
nos resultados obtidos na primeira etapa, aplicou-se a concentração ótima na EEAB.

O desenvolvimento desse trabalho contou com o apoio e a participação da Companhia Pernambucana de
Saneamento (COMPESA).

Autores: Jonny Klan de Araújo e Valderice Pereira Alves Baydum.

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