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Desafios na redução de perdas frente à crise hídrica: antes, durante e depois da crise

Resumo

Operar um sistema de distribuição de água e reduzir perdas em qualquer cidade do Brasil, por si só já é um grande desafio, pois os recursos financeiros são escassos e as ações de redução de perdas são ações caras, de resultados de longo prazo, e muitas cidades ainda não contam com 100% de abastecimento de água potável.
Soma-se a este grande desafio, outro desafio ainda maior, que é a redução de perdas de água na Região Central da cidade de São Paulo, sob uma crise hídrica sem precedentes, que foi a vivida pela região sudeste entre os anos de 2014 a 2015.
Antes da crise hídrica, eram desenvolvidas as ações básicas e Melhores Práticas preconizadas pela International Water Association (IWA), através de sua Força-Tarefa de Perdas de Água (Water Loss Task Force). Porém, perante o cenário da crise a partir de 2014, foi necessário intensificar e otimizar ações e recursos, demandando uma tomada rápida de decisão e uma abordagem diferenciada nas estratégias de redução de perdas, tanto reais como aparentes, trazendo novos desafios à já árdua batalha de reduzir perdas na região mais antiga de São Paulo, com uma grande população flutuante e tráfego intenso, aliado ainda à necessidade de sustentabilidade: recuperar faturamento no cenário de baixo consumo.
São apresentados então os vários aspectos e mudanças de estratégias na redução de perdas de água antes, durante a após o término desta crise.

Introdução

Operar um sistema de distribuição de água numa área complexa como a região central da cidade de São Paulo, por si só já é um grande desafio, cuja responsabilidade compete à Unidade de Negócio Centro (MC) da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que distribui atualmente água para uma população fixa de cerca de 3,3 milhões de habitantes, através de 5.960 km de rede e 762.000 ligações ativas de água.

Soma-se a este desafio, outro desafio ainda maior, que é a redução de perdas de água na região mais antiga da cidade, com uma população flutuante de 1,2 milhões de pessoas por dia, numa área de tráfego intenso, onde boa parte das obras precisa ser realizada através de métodos não destrutivos ou em horários de menor movimentação, como os períodos noturnos e finais de semana, requerendo as devidas autorizações dos órgãos competentes, que muitas vezes são morosas.

Segundo Tardelli (2015), para reduzir perdas em condições normais de abastecimento, a International Water Association (IWA) preconiza uma série de ações básicas e Melhores Práticas através de sua Força-Tarefa de Perdas de Água (Water Loss Task Force).

Para redução de perdas reais as ações básicas sugeridas pela IWA são: gerenciamento das pressões, controle ativo de vazamentos, gerenciamento da infraestrutura e agilidade e qualidade dos reparos dos vazamentos.

Já em termos de redução das perdas aparentes, as ações básicas preconizadas pela IWA são: redução da imprecisão dos medidores, qualificação da mão-de-obra, melhorias no sistema comercial e combate às fraudes e ligações clandestinas.

O objetivo do presente trabalho é apresentar os desafios enfrentados na redução de perdas de água frente à crise hídrica que atingiu a região sudeste entre os anos de 2014 e 2015, apresentando os vários aspectos e mudanças de estratégias na redução de perdas reais e aparentes antes, durante a após o término desta crise.

Autores: Débora Soares; Paulo Rogério Palo e Cícero Ferreira Batista.

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