Depois de o consumidor pagar quase 50% de aumento na energia elétrica no ano passado no país, este ano, pelo menos por enquanto, as expectativas apontam uma relativa estabilidade tarifária.
Conforme o gerente comercial das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) em Tubarão, Ivécio Pedro Felisbino Filho, a data base para o aumento anual é sempre em agosto. “Até lá, se houver algum reajuste, será por determinação do governo federal. Em 2015 o repasse a população foi de uns 20%, os demais aumentos, também nos pegaram de surpresa”, revela.
Mesmo com as condições em sinal positivo, o consumidor paga atualmente os valores indicados pelas bandeiras tarifárias, definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que seguidamente está marcada em vermelho. “Pagamos ainda a mais cara da lista das bandeiras. A Aneel aponta para os próximos meses uma trégua nos aumentos. Que podem passar talvez para uma amarela, amenizando com isto um pouco o bolso dos catarinenses”, destaca Ivécio.
Além da Celesc, a energia que aos catarinenses é distribuída por cooperativas de eletrificação rurais também faz correções anuais nos valores. O supervisor de faturamento da Cooperativa de Eletrificação Rural de Anita Garibaldi (Cergal), Juliano Elias Maurício, afirma que assim como em outros cooperativos, o aumento é anual. “O nosso ocorre em setembro. Em 2015 este repasse ao consumidor ficou em torno de 25%. Neste ano, como acontece a cada quatro anos, haverá rescisão, que poderá até chegar com valores mais baixos do que atuais em vigor”, explica.
As expectativas da Aneel
A Aneel divulgou recentemente que a tarifa de energia elétrica tende a ser amenizada neste ano, até com possibilidade de uma pequena redução em algumas distribuidoras. Conforme o diretor-geral da agência reguladora, Romeu Rufino, os itens que mais contribuíram para elevar a conta de luz no ano passado vão agora ajudar a reduzir em 2016, principalmente para os consumidores das regiões sul, sudeste e centro-oeste. “É o caso da tarifa de Itaipu, que ficará 32,27% mais barata e dos subsídios do setor elétrico, valor cobrados por meio do encargo Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que deve cair 7,27% para essas regiões”, completou o diretor. Outro fator também apontado pelos economistas nesta amenização dos custos é o fenômeno El Ninõ, que tem colaborado em alguns pontos do país com a elevação de rios e represas.
Bandeiras tarifárias
A amenização, caso ocorre, não será neste mês. A Aneel divulgou no fim do mês passado que em janeiro a bandeira continuaria vermelha. “Isto significa um acréscimo de R$ 4,50 a cada 100 quilowatts/hora (kW/h) consumidos. Pelo sistema as cores verde, amarela e vermelha indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade. Assim, o consumidor poderá identificar qual bandeira do mês e reagir a essa sinalização com o uso consciente da energia elétrica, sem desperdício”, comunicou os representantes da agência.
Fonte: Notisul
Foto: Divulgação Notisul