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Casan Investimento Bilionário

Casan projeta investimento bilionário em saneamento até o final de 2026

Casan Investimento Bilionário

Por: Estela Benetti

Quando assumiu o governo em janeiro de 2023, uma das promessas do governador Jorginho Mello (PL) foi ampliar de 25% para 50% os serviços de tratamento de esgoto no Estado até 2026. Cerca de 40% desse desafio é da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento, a Casan, em 194 municípios, e a outra parte é das empresas de prefeituras ou privadas. O presidente da companhia, Edson Moritz, informa que projetos estão em andamento e os investimentos até o final de 2026 serão da ordem de R$ 2 bilhões.

Um fato novo que animou a diretoria da Casan foi a recente elevação da nota de risco da companhia em três níveis pela agência Fitch. Subiu de BB+(bra) para BBB+(bra) com perspectiva estável.

Edson Moritz destaca que isso dá mais confiança para instituições emprestarem para a empresa e também para captação de recursos. Por isso, a companhia está conseguindo R$ 500 milhões em debêntures para melhorar o perfil da dívida e recursos para investir na estação de tratamento de efluentes de Potecas, que está sendo construída em São José.

Nascido em Florianópolis, graduado em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com diversos juristas na família, Edson Moritz fez carreira como executivo do governo e do setor privado. Atuou como diretor da Portobello, multinacional de revestimentos cerâmicos de SC.

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Ingressou na Casan como diretor financeiro e de relações com investidores em março de 2023 e, em agosto, foi convidado a assumiu a presidência da companhia. Um dos modelos de gestão privada que trouxe para a empresa foi o orçamento base zero, que implantou este ano e isso ajudou a reduzir custos.

Na entrevista exclusiva para a coluna ao portal NSC Total, ele fala também sobre a dificuldade para atender o norte e o sul da Ilha de SC em Florianópolis, negociações com a prefeitura de Chapecó, esgoto sobre rodas e questionamentos sobre privatização da Casan. Leia a seguir:

No mês de julho, a Casan teve a classificação de risco elevada em três níveis pela agência internacional Fitch. O que isso significa?

– Em primeiro lugar, significa a comprovação de que nos seis primeiros meses da nossa gestão produzimos um resultado que já foi reconhecido pela Fitch. Essa mesma agência rebaixou a Casan no ano passado, em maio, quando estávamos no início do nosso mandato. Obviamente que essa avaliação foi relativa à gestão de anos anteriores.

Nós começamos a minha presidência (no fim de agosto de 2023) com algumas mudanças estruturais. Uma das quais estava focada em criar um novo modelo orçamentário, com base zero. Nós iniciamos isso em dezembro, mudando uma cultura, uma consciência da empresa, que não tinha uma gestão orçamentária mais avançada.

Fizemos, levando isso em conta o orçamento base zero (OBZ) baseado numa visão contábil que nós iríamos exercer isso com muita disciplina. Eu até brinco que uma empresa que vinha, obviamente, usando o orçamento para algumas metas, para alguns projetos, iria começar a fazer conta, o dinheiro teria muito valor para nós.

Acredito que este foi o primeiro exercício para sinalizar para a companhia de que nós teríamos um novo modelo, que começou a ser implementado em março deste ano, onde, ao contrário do anterior, se analisaria no primeiro dia possível após o fechamento do mês o demonstrativo do resultado (DRE) do orçamento, primeiro à diretoria, depois submetendo ao conselho, e do fluxo de caixa, as três ferramentas de gestão financeira.

Casan Investimento Bilionário

Estamos fazendo isso desde janeiro, todo mês, envolvendo o conselho e todos os gestores da empresa. Certamente, tivemos um orçamento ambicioso na receita, no corte de despesa, no controle de custos e na busca de uma meta, tanto de rentabilidade quanto de geração de Ebitda, importante para melhorar e avaliar a nossa alavancagem. Nós precisávamos dessa movimentação, que foi consagrada no primeiro trimestre.

Entendemos que a nota da Fitch, que tem outras maneiras de avaliar, é um primeiro prêmio. E que a direção que nós apontamos para levar a companhia para uma outra dimensão, elevar a sua governança, está funcionando.

O que mais está mudando na empresa?

– Temos que reconhecer que no ano passado nós fizemos um esforço muito grande. O caixa estava muito duro, o governador Jorginho Mello, junto com o secretário da Fazenda Cleverson Siewert nos ajudou com recursos do governo.

Em segundo lugar, já com alguns problemas financeiros, mudamos o prazo de pagamento dos funcionários. Passamos a fazer até o quinto dia útil.

O que também fizemos foi a contratação de uma empresa de São Paulo, Mapa Capital, que veio para nos ajudar na estrutura capital. Com ajuda dela, já está em curso um processo de emissão de debêntures (captação de recursos no mercado) para o projeto da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) de Potecas, em São José.

Lançamos ao mercado R$ 280 milhões para Potecas e R$ 500 milhões para o nosso capital de giro. Dos quais uma boa parte virá para pagar as pendências de 2019, mas que também permitiu que nós colocássemos as contas em dia.

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Isso tirou a pressão do caixa. Então, acredito que a entrada das debêntures. A notícia de que o Banco Europeu investiria R$ 100 milhões de euros na Casan. E mais a nossa mudança na gestão permitiram à Fitch elevar nossa nota.

Além disso, também estamos na iminência de contratar uma empresa de branding (que trabalha com marcas) combinada com mudança cultural.

Junto a isto, já posso dizer também que estamos quase chegando aos finalmente em negociações com agências financiadoras internacionais, como o Fonplata, para fazer investimentos.

Fonte: NSC.

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