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“Direto da Redação”: O lado positivo de uma crise

O Brasil tem 12% da água doce disponível no mundo. Como sua área representa 6% de todo o território do globo, E parece até irritante insistir no tema da economia de água.
Mas não é. Não há saída. A crescente urbanização e desenvolvimento das cidades, com o adensamento dos bairros pela verticalização, gera a urgência no cuidado com os recursos naturais. É estúpido desperdiçar um bem tão valioso como a água. E os cidadãos estão compreendendo a gravidade da situação, diante do agravamento das mudanças climáticas. Quem se lembra de verão tão escaldante?
No setor privado, empresários mais conscientes já aplicam seus investimentos em sistemas de reuso de água e captação e armazenamento da água das chuvas.  O tema está em debate na progressista Campinas, onde um seminário vai discutir no próximo dia 19 de fevereiro as soluções que podem minimizar os problemas de uma época de estiagem como essa que atravessamos. E haverá muitos exemplos a serem compartilhados, pois é grande o número de empresas da região que já adotam processos de reuso.
Como explica o diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, José Nunes Filho, o problema é sério, pois 95% da água captada por Campinas é do rio Atibaia e a redução da água no leito dos rios pode ocasionar sérios problemas ao longo de 2014 no período de julho e agosto. “Não teremos reservas suficientes para atender ao período da seca, então, vai faltar água, e não só a água, vai faltar energia elétrica porque a nossa matriz de produção de energia é hidrográfica”, ele alerta. O mesmo alerta foi dado pela presidente da Sabesp, Dilma Pena, quando disse em entrevista ao DCI que “estamos consumindo agora a água que deveria estar sendo armazenada para o período de maior seca que vai de abril a setembro”.
O problema pode ser comparado à “teoria do dominó”, pois uma pedrinha do dominó que cair vai derrubar a seguinte e daí para a frente. Isso porque se o custo da energia sobe, influi sobre a inflação e com a falta de água a redução na atividade industrial pode gerar desemprego. Essa sim uma combinação tóxica para a economia de qualquer país: desaceleração da produção, inflação e desemprego.
Mas a preocupação com a falta de água não nasceu hoje no meio empresarial. É crescente a busca por tecnologias que visam à economia da água, entre as quais se pode destacar o desenvolvimento de equipamentos e dispositivos que consomem menos, tais como bacias sanitárias de volume reduzido, torneiras com redutores de vazão e utilização de arejadores, bem como a utilização de fontes alternativas, que são os sistemas de tratamento de água para reuso e o aproveitamento da água de chuva para fins não potáveis e a adoção de medição individualizada de água em apartamentos, cujos resultados apontam a possibilidade de redução de até 25% do consumo de água.
Ontem mesmo, uma empresa especializada na administração de condomínios comentou em relatório que o valor da cota de condomínio paga pelos moradores de prédios de apartamentos em São Paulo pode cair entre 4,5% e 5%, caso haja redução de pelo menos 20% no consumo de água. Isso graças à iniciativa do governo do Estado de premiar com um desconto de 30% os consumidores que reduzirem seu consumo.
Fruto da necessidade, a urgência em encontrar soluções para a temida estiagem é assunto há muito discutido na Câmara Técnica do Consórcio da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ). Assim como no meio universitário e entre os técnicos da Sabesp.

Dessa crise vamos extrair o positivo. A necessidade de cada vez mais nos conscientizarmos sobre o problema do esgotamento de recursos, para a importância de investir em pesquisa e tecnologia e defesa do meio ambiente. Sempre com o cuidado de prevenir, para não correr atrás do prejuízo.

Fonte e Agradecimento: http://www.dci.com.br/cidades/direto-da-redacao-o-lado-positivo-de-uma-crise-id383515.html

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