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Cientistas desenvolvem método para remover vírus de água potável

Consiste de uma membrana filtrante que responde a uma necessidade urgente em todo o mundo

Uma equipe de pesquisadores de Israel, Alemanha e dos EUA desenvolveram novas membranas de ultrafiltração que melhoram o processo de remoção de vírus dos efluentes tratados para consumo humano em cidades onde a água é escassa.

O sistema foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores das Universidades Ben-Gurion do Negev (BGU) em Israel, Duisburg-Essen, na Alemanha, e da Universidade de Illinois de Urbana-Champaign (UIUC), nos Estados Unidos.

“É uma questão de saúde pública urgente”, disseram os pesquisadores. “O adenovírus humano, cuja remoção não é satisfatória, é um contaminante encontrado na água para consumo humano nos Estados Unidos, incluindo a região dos Grandes Lagos e no resto do mundo.”

Os adenovírus podem causar várias doenças, tais como o resfriado comum, dor de garganta (faringite), bronquite, pneumonia, diarreia, conjuntivite, febre, inflamação ou infecção da bexiga (cistite), inflamação do estômago e dos intestinos (gastroenterite) e distúrbios neurológicos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

O norovírus

O norovírus, que pode causar náuseas, vómitos e diarreia, é a causa mais comum de gastroenterite viral em humanos e calcula-se ser a segunda causa de mortalidade associada a esta doença, de acordo a Universidade Ben-Gurion do Neguev.

No estudo recentemente publicado na Water Research, o Prof. Moshe Herzberg do Departamento de Dessalinização e Tratamento de Água, no Instituto Zuckerberg para Investigação da água em BGU e seu grupo, enxertaram um revestimento especial de hidrogel em uma membrana de ultrafiltração comercial.

O “polímero de hidrogel zwitteriónico ” impede que os vírus se aproximem e passem pela membrana que contém uma carga negativa e uma positiva, e melhora a eficiência, enfraquecendo a acumulação de vírus na superfície modificada do filtro.

O resultado, de acordo com os cientistas, foi um aumento considerável na taxa de remoção de vírus que são transmitidos por água, incluindo norovírus e adenovírus humano.

“A utilização de uma simples polimerização de enxerto em membranas comerciais para tornar a remoção dos vírus mais abrangente, é um desenvolvimento promissor para controlar a filtração de agentes patogénicos no reúso potável da água,” afirmou o Professor Nguyen, do Departamento de Engenharia Química da Universidade de Illinois.

Água potável para o Mundo

A necessidade desta tecnologia aumenta rapidamente, já que a demanda por água potável também cresce devido ao aumento da população, mudanças climáticas e alta busca por recursos.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a demanda por água no mundo no ano de 2050, será 55% maior do que foi em 2015.

E outro relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), relata que cerca de 700 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a um abastecimento adequado de água potável.

De acordo com os pesquisadores, os métodos atuais de filtração por membranas necessitam de bastante energia para eliminar adequadamente os vírus patogénicos, sem utilizar produtos químicos como cloro, que podem contaminar a água com subprodutos de desinfecção.

O projeto teve apoio da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e do Programa de Cooperação Alemanha-Israel de Tecnologia da Água, e financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia de Israel e do Ministério Federal de Educação e Pesquisa da Alemanha.

Israel vem pesquisando as membranas para tratamento de água por muitos anos, e ganhou reputação mundial pelas inovações que tem feito pela água potável visando conter a sede do mundo.

Fonte: ISRAEL21c, adaptado por Portal Saneamento Básico – www.saneamentobasico.com.br
Traduzido por Gheorge Patrick Iwaki.
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