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Campeã de multas, Embasa continua poluindo mananciais de Porto Seguro

pesar de acumular dezenas de multas por agressão ao meio ambiente ao despejar dejetos in-natura nos mananciais hídricos de Porto Seguro, a Embasa (empresa detentora de concessão pública para tratar a água distribuída à população bem como recolher e tratar o esgoto doméstico), continua prestando serviços ao município em total descaso aos estragos que vem causando ao meio ambiente.

Depois de receber três novas multas (uma no valor de R$ 600 mil, além de mais duas multas no valor de R$ 300 mil cada, por outros crimes cometidos em Arraial d’Ajuda e Trancoso), aplicadas pela secretaria de Meio Ambiente de Porto Seguro, a empresa pública foi alvo dos protestos dos vereadores, durante sessão ordinária desta quinta-feira, (26). A Câmara Municipal repudiou, através de moção, o serviço que a Embasa presta ao município e se mobilizou para tomar medidas cabíveis junto às autoridades ambientais.

SEM GERADOR PRÓPRIO

Foto: Internauta / RADAR 64, por meio do WhatsApp
Para promotor de Meio Ambiente, Prefeitura pode conter abusos da Embasa

Há cerca de oito dias, internautas enviaram ao Radar 64, vídeos do material poluidor sendo despejado nas praias. As imagens mostram que a Embasa lançou, por mais de 20 horas seguidas, o esgoto in-natura no rio da Vila, que deságua na Praia das Pitangueiras, no perímetro urbano. O esgoto era proveniente da Estação de Tratamento C3, localizada no Bairro Cambolo.

O gerente da Embasa em Porto Seguro, Rafael Bastos, explicou que o vazamento aconteceu após uma falta de energia no dia 19 passado.

Segundo o promotor de Meio Ambiente de Porto Seguro, Wallace Carvalho, “a justificativa da empresa é inconsistente porque ela deve se preparar para ter um gerador próprio capaz de cobrir eventos como falta de energia”. Ele observa que a Embasa possui equipamentos obsoletos, incapazes de suprir a demanda do crescimento populacional e econômico que gerou uma ocupação urbana desordenada em Porto Seguro.

“Não houve investimentos da empresa nas subestações e as estações elevatórias precárias encontram-se ultrapassadas e perigosamente localizadas em áreas próximas a córregos e nascentes”. Apesar de colecionar multas e processos judiciais, “a Embasa nunca recompôs os danos ambientais que vem provocando ao meio ambiente nesta região”, repudiou o promotor Wallace Carvalho.

PREFEITURA PODE EVITAR DESCASO DA EMBASA

Embora reiterando o comprometimento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ao cumprir o papel de fiscalizar e multar a Embasa, o promotor alerta que “a Prefeitura de Porto Seguro terá, este ano, um instrumento importante para impedir o comportamento de descaso da empresa, através da imposição de cláusulas preventivas contra danos ao meio ambiente por ocasião do processo de renovação do contrato de concessão”.

Foto: Reprodução / Primeiro Jornal
Promotor de Meio Ambiente de Porto Seguro,
Wallace Carvalho

O promotor Wallace Carvalho aconselha a Prefeitura de Porto Seguro a “condicionar a renovação do contrato de concessão à garantia da adequação dos equipamentos da Embasa e à existências de mecanismos capazes de suportar os Poços de Visita (PV) no sentido de evitar o extravasamento de material in-natura para os mananciais hídricos, como rios, córregos, nascentes, lagoas e lençol freático”.

Cabe dizer que todas as denúncias de poluição da Embasa em Porto Seguro são fundamentadas através de coleta e análise de material em pelo menos cinco locais diferentes. Todos os resultados identificaram a presença de coliformes fecais (atualmente chamados de coliformes termotolerantes), capazes de contaminar a água através de despejo de esgoto que não foi totalmente tratado. Os maiores alvos da poluição da Embasa são o Campo do Arnaldo, o Rio Mundaí, o Rio Mucugê, Rio Trancoso e o rio da Vila, informou o promotor Wallace Carvalho.

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