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Crise política trava investimento estrangeiro, afirma consultoria

A recuperação do fluxo de investimento estrangeiro no setor produtivo no Brasil, que acumula queda de 34% neste ano, vai depender principalmente da retomada da atividade econômica doméstica, mas aincerteza política atual também é um entrave.

A avaliação é da consultoria internacional de investimentos Wavteq, que foi contratada pelo governo brasileiro e pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) para treinar secretarias e federações estaduais sobre estratégias de atração de capital estrangeiro.

“Empresas não gostam de risco político, de incertezas. Do ponto de vista de uma multinacional olhando para a possibilidade de investir no Brasil, o que ela quer ver é segurança nas políticas públicas”, afirmou o presidente da empresa, Henry Loewendhal, em entrevista à Folha.

 

O executivo afirma que, diante do grande mercado consumidor do Brasil, a perda recente do grau de investimento não é tão impactante para o investimento direto. Mas o país precisa enfrentar problemas importantes, como custo tributário elevado, burocracia e infraestrutura ruim, o que demanda liderança política.
Sua estimativa é que os investimentos estrangeiros diretos no país fechem este ano em US$ 65 bilhões e cheguem a US$ 80 bilhões em 2020, patamar ainda abaixo dos US$ 101 bilhões registrados pelo Banco Central em 2011, quando o país vivia o efeito do boom das commodities.

Para os Estados, sua principal mensagem é que os governos devem centrar esforços primeiro em manter as operações já existentes, para depois buscar oportunidades nos mercados mais promissores e atrair investimentos complementares à cadeia produtiva local.

Alguns dos setores mais atrativos no Brasil hoje para investidores, segundo Loewendhal, são o de energia renovável, especialmente solar, produtos alimentícios e farmacêuticos e tecnologia da informação.

Valores em US$ bi – Investimento direto cai; deficit em transações correntes diminui

Dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Banco Central mostram que os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 48,2 bilhões até setembro, com queda de 34% em relação ao mesmo período do ano passado.

O BC atribui a queda à desaceleração econômica e a entraves impostos à atividade por fatores como os desdobramentos da Operação Lava Jato e o risco de falta de energia no início do ano.

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, frisa, no entanto, que os investimentos têm se mantido relativamente estáveis nos últimos meses e em patamar suficiente para cobrir, com folga, o deficit nas transações do país com o resto do mundo. “É importante porque essa é uma fonte de longo prazo, mais estável, de financiamento”, afirmou.

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