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Policia Federal prende executivos das principais construtoras

SÃO PAULO, BRASÍLIA E RIO – A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira seis mandados de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 49 mandados de busca e apreensão – num total de 85 mandados judiciais, na sétima fase da Operação Lava-Jato, que investiga desvios e lavagem de dinheiro, boa parte ligado a obras da Petrobras. Nesta nova fase da Operação Lava-Jato, por volta das 7h, a PF prendeu o ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato Duque, indicado pelo PT, em sua casa, na Barra. Também foram presos executivos de construtoras: Ricardo Pessoa, presidente da UTC; José Ricardo Breghirolli, da OAS; Edson Fonseca, da Galvão Engenharia, Othon Zanoide Filho, diretor da Camargo Corrêa; Sergio Cunha Mendes, vice-presidente da construtora Mendes Junior.

Já Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Côrrea, segundo a PF, já é considerado foragido. Entre as pessoas que tiveram mandado de condução coercitiva está Marice Corrêa Lima, irmã do Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Ela foi levada à PF para prestar esclarecimento.

De acordo com a PF, quem ainda não foi localizado está automaticamente impedido de deixar o país. Haverá, inclusive, controle de passaporte em aeroportos. Os agentes procuram por Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como lobista do PMDB junto a empreiteiras. Ele ainda não foi localizado e a ordem de prisão temporária contra ainda está em aberto.

Os alvos dessa nova operação são executivos de empreiteiras ligadas ao esquema de fraudes e também pessoas que estariam envolvidas em transporte de dinheiro para doleiros. Na coletiva realizada em Curitiba, o procurador Carlos Fernando afirmou que hoje é um “dia republicano” porque mostra que os alvos da operação Lava-Jato não têm rosto e que independente do posto que ocupam, havendo provas, estão sendo responsabilizados. A declaração é uma referência à prisão de ocupantes de cargo de direção de empreiteiras envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras.

A PF explicou por que as contas da empreiteiras investigadas não foram bloqueadas nessa nova ação.

– Houve preocupação de não prejudicar o funcionamento normal das empresas. Se houvesse bloqueio poderia gerar problemas financeiros – disse o delegado da PF Igor Romário de Paula.

– Hoje é um dia republicano. Não há rosto nem bolso – destacou o procurador Carlos Fernando, sobre a prisão de dirigentes de empreiteiras.

Até as 10 horas, haviam sido cumpridos 4 mandados de prisão preventiva e 14 de prisão temporária, seis ações coercitivas e todos os mandados de busca já foram cumpridos. A primeira fase da Lava-Jato se concentrou na ação dos doleiros, o desvio de recursos e a lavagem do dinheiro. Nesta nova fase, o foco serão as empresas que pagaram propina. Segundo a PF, existem “provas robustas” contra elas.

Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, assim como ele, também o então diretor de Serviços Renato Duque recebia propinas do esquema de corrupção montado na empresa e foi colocado na diretoria pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Só um dos supostos cúmplices de Renato Duque recebeu 100 milhões de dólares. Esta é a sétima fase da operação que investiga a lavagem de dinheiro de cerca de R$ 10 bilhões em um esquema de propina envolvendo contratos e negócios da Petrobras. Renato Duque foi mencionado ter participado do esquema pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa preso pela PF desde março último. Em documento da própria Petrobras apontava que a diretoria de Renato Duque foi responsável pelas 12 licitações das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Os mandados são cumpridos também em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal. Foi decretado bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados. A PF faz buscas em todos os escritórios das grandes empreiteiras citadas no caso.

Foi decretado também o bloqueio de valores de três empresas referentes a um dos operadores do esquema criminoso. Os envolvidos ​​respondem por formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro, além de formação de quadrilha.

Os grupos investigados na Operação Lava-Jato registraram, segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras), operações financeiras superiores a R$ 10 bilhões.​

Ainda pela manhã, a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão temporária contra um empresário paulista no Recife. Ele foi detido no aeroporto da capital pernambucana, quando tentava embarcar de volta para São Paulo. De acordo com a superintendência da PF no Recife, o empresário, de 57 anos, era diretor técnico de uma empresa no Boqueirão (SP) e estava a negócios no Recife.O mandado de prisão temporária foi expedido pelo juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª vara Federal de Curitiba, onde estão concentradas as investigações da Operação Lava Jato. O homem detido deve ser encaminhado ainda nesta sexta para a capital paranaense, onde prestará depoimento. A PF não divulgou o nome nem qual seria a participação do empresário no esquema. Além da prisão temporária, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão em um apartamento de luxo de outro empresário, localizado na Zona Sul do Recife. A intenção era apreender notebooks, HDs e dinheiro, mas nada foi encontrado no local.

O maior número de prisões está sendo realizado em São Paulo, onde são cumpridos dois mandados de prisão preventiva, 15 de prisão temporária e nove conduções coercitivas na capital, uma em Jundiaí e uma em Santos, além de 29 mandados de busca e apreensão de documentos.

No Rio de Janeiro são seis mandados de prisão – duas preventivas e quatro temporárias. No Distrito Federal será cumprido um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão.

Os demais mandados estão sendo realizados em Curitiba (uma prisão preventiva e dois mandados de busca) , Pernambuco (dois mandados de busca) e Minas Gerais (dois mandados de busca).

MENDES JÚNIOR

Em setembro, O GLOBO revelou que a direção da empreiteira Mendes Júnior referendou uma parceria com uma empresa ligada ao esquema do doleiro Alberto Youssef. Neto do fundador da empreiteira e vice-presidente de assuntos corporativos da trading que comanda o grupo, Ângelo Alves Mendes foi quem assinou, em 2011, um contrato e um aditivo com a empresa GFD que previa o repasse de até R$ 2,2 milhões para a consultoria controlada pelo doleiro.

Pela GFD assinou Carlos Alberto Pereira da Costa, ex-advogado da empresa e laranja de Youssef. Ele foi solto segunda-feira pela PF após fazer delação premiada, e afirmou em juízo que não houve prestação de serviços para a Mendes Júnior. O caso da Mendes Júnior é, até agora, o que envolve o mais alto escalão entre as empreiteiras ligadas a Youssef.

CAMARGO CORREA

A Camargo Correa ocupa sete andares do Plaza São Lourenço, edifício de luxo da Faria Lima, uma das principais avenidas de escritórios em São Paulo, no Jardim Paulistano. Policias federais e agentes da Receita Federal chegaram por volta das 6h30m, quando apenas os guardas do edifício estavam no local. Eduardo Leite, vice-presidente da empreiteira, segundo a PF, já é considerado foragido.

Funcionários não são impedidos de entrar ou sair do edifício. A construtora tem vários endereços operacionais administrativos em São Paulo, mas o edifício alvo da operação é o principal escritório da construtora na cidade, segundo funcionários que chegavam para trabalhar na manhã desta sexta-feira.

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Fonte  O GLOBO http://oglobo.globo.com/brasil/pf-prende-ex-diretor-da-petrobras-executivos-de-grandes-construtoras-na-operacao-lava-jato-14557539

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