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Sabesp não sabe quando receberá compensação

A Sabesp garante que não vai repassar para os consumidores as perdas que vem assumindo em decorrência dos descontos para quem está reduzindo o consumo de água. Assim, não deve obter em um curto prazo uma compensação pela queda de sua receita e por gastos emergenciais que tem feito por causa da crise hídrica. Analistas estimam um impacto negativo de cerca de R$ 1 bilhão na receita da empresa neste ano.

Por outro lado, a companhia também afirma que “em momento oportuno” vai procurar a agência reguladora do setor no Estado de São Paulo, a Arsesp, para tratar do assunto. Por enquanto, os executivos não disseram quais poderiam ser as alternativas que não envolvam um repasse para o consumidor. “Ainda não é hora de discutir isso”, afirmou Rui Affonso, diretor financeiro da empresa.

Segundo ele, a Sabesp está cortando gastos e remanejando investimentos para fazer frente à situação atual. “Não está prevista uma compensação do bônus em tarifa. Estamos fazendo ajustes internos.” E acrescentou que o foco da empresa está em esforços para garantir o abastecimento de água até março do ano que vem.

Durante teleconferência, os diretores da Sabesp reiteraram que as medidas que vêm sendo tomadas vão permitir atravessar o período de seca sem a interrupção do fornecimento de água.

Entre as medidas, disseram que a adoção de um ônus (“tarifa de contingência”) para o consumidor que elevar o gasto de água recebeu parecer favorável da Procuradoria do Estado, mas ainda está em análise na Arsesp. Em relação à necessidade de que seja anunciado um racionamento para que a sobretaxa da seja adotada, afirmaram que o anúncio da tarifa e da situação de racionamento caberia à Arsesp.

Affonso afirmou ainda que, de certa forma, a empresa já faz um racionamento, mas não na oferta. “O que fazemos é equivalente a um racionamento, mas fazemos isso na demanda. Em vez de transferir todo o ônus para a população, estamos controlando a disponibilidade hídrica via demanda”, disse. Segundo ele, um racionamento na oferta seria uma “operação de guerra”, que traria custos infinitamente maiores do que os atuais e afetaria muito mais os clientes e a economia do Estado.

Em relação aos planos para evitar desabastecimento no futuro, os diretores disseram que a interligação da Bacia do Paraíba do Sul ao sistema Cantareira está sendo “tratada pelo governo” e que, paralelamente, a Sabesp já está desenvolvendo o projeto. Em entrevista ao Valor, o secretário de saneamento e recursos hídricos do Estado de São Paulo, Mauro Arce, afirmou na semana passada que a previsão inicial é de conclusão do projeto em fevereiro de 2016.

Na sexta-feira, a Sabesp teve um dia bastante positivo na bolsa de valores após ter divulgado resultados trimestrais melhores do que o mercado esperava. A ação subiu 4,3% e liderou os ganhos do Ibovespa. Segundo analistas, os números levaram a revisões de cálculos. A empresa divulgou seu balanço na véspera, ainda sem impactos do programa de descontos para incentivo à redução do consumo.

 

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Fonte e Agradecimentos: VALOR ECONOMICO

 

 

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