Vereadores questionam Águas de Barra do Garças

O gerente de Operações da concessionária Águas de Barra do Garças, Diego Rafael Dal Magro, compareceu à sessão de 15 de fevereiro da Câmara Municipal para esclarecer aos vereadores a qualidade da água, as taxas de água e esgoto praticados pela empresa e de seus serviços oferecidos à população.

De início o vereador Odorico Ferreira Cardoso Neto (Professor Kiko) (PT) lembrou ao executivo da empresa que houve problemas quando em 2003 o grupo Emasa assumiu a concessão que era do município ao custo, segundo ele, de 3 milhões de reais “mas que valia 100 milhões” e que em 2012 passou a denominar Águas de Barra do Garças época em que passou a praticar a taxa de ligação de esgotos ao custo de 400 reais “que antes era de graça” e acrescentou que aqueles que gastam até três metros cúbicos terminam pagando a taxa equivalente a 10 metros cúbicos.

Kiko deixou claro que a população paga caro, “mas não recebe a contrapartida de um serviço de qualidade”. Em realidade, o contrato firmado entre Prefeitura de Barra do Garças e a concessionária e que tem vigência até 2030 não passou pela Câmara de Vereadores “para ser discutido a tempo a qualidade de serviço e o teor de suas taxas contra o contribuinte”, diz o vereador.

No que diz respeito às taxas, o gerente Diego Dal Magro ressaltou que o contrato entre a concessionária e a Prefeitura de Barra do Garças é o mesmo de 2003, que mudou apenas a razão social, os nomes dos acionistas da empresa. Nesta mudança houve um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) firmado pelo Ministério Público que em seu contexto estipula multas e metas a serem alcançadas em prazos determinados.

Segundo Diego Dal Magro uma dessas metas foi cumprida, a de chegar em 2015 com a cobertura de 70% da rede de esgoto na cidade. Essa meta está acima da média nacional que é de 35%, um dos fatores que colocou Barra do Garças na oitava colocação no país. Até 2030, outra meta estipulada no TAC é atingir 95%.

Em sua explanação o executivo frisou que os valores cobrados estão “todos eles contidos no edital feito pela Prefeitura, incluindo a taxa mínima e a ligação e esgoto, de 400 reais. Contudo, a empresa parcela esta quantia em até doze meses”, disse Dal Magro.

O médico e vereador Paulo Raye (Pros) questionou sobre a análise de água. Diego Dal Magro disse que esse padrão de qualidade “é fiscalizado pelo Ministério da Saúde todos os meses e por semestre”. Raye questionou ainda que o esgoto não poderia ser cobrado e diz que ele mesmo pagou 800 reais para uma ligação em seu domicílio e reconhece que “nem todos podem pagar um absurdo desses”.

Paulo Raye e Kiko reclamaram das escavações feitas pela concessionária no asfalto em todos os bairros da cidade e que deixa atrás de seus feitos um rastro de remendos. O gerente reconheceu este erro. “Nós tivemos problemas e já trocamos de empresa e vamos oferecer um serviço de qualidade”, disse ele, sem dizer se vai mandar reparar os estragos feitos até aqui.

O vereador José Maria (PTB) aproveitou a ocasião para questionar a tarifa de 20 reais cobrada pela empresa para religação de água. “Já não se pode pagar a tarifa, quanto mais para religar. Eu acho isso uma vergonha!”, exclamou.

Mais uma vez o gerente devolveu que não tem como alterar o que foi constado no contrato com a Prefeitura. “Na realidade só quem pode eliminar qualquer taxa é a Prefeitura, mas isso pode gerar desequilíbrio financeiro na empresa. A taxa era de 40 reais, baixamos para 20”, disse ele e acrescentou que tem cerca de 100 famílias cadastradas no programa de tarifa social da empresa.

Por último o vereador Júlio César (PSDB) questiona o montante de 30 milhões que foram investidos na empresa e disse que gostaria de saber o quanto já foi arrecadado e diz que “antes, em data recente, eu pagava 30 reais e hoje pago 160, sem contar que o prefeito Roberto Farias prometeu em campanha que iria devolver a água para o povo de Barra do Garças”.

Com relação aos cortes no asfalto, a reportagem constatou que em vários bairros esse estrago feito pela empresa de Água, e o reparo não feito na mesma velocidade em que aberto. Moradores e motoristas reclamam da situação que acaba por deixar a cidade com aspecto feito e perigoso.

Fonte: RoncadorNews
Foto: Divulgação

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