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Youssef intermediou obra da Saned, em Diadema

Lista apreendida pela PF (Polícia Federal) aponta que o doleiro Alberto Youssef intermediou obra na Saned (Companhia de Saneamento Ambiental de Diadema), colocando novamente o Grande ABC na rota da investigação. Conforme a revista CartaCapital, o documento compreende negociações feitas de 2009 a 2012, durante o governo Mário Reali (PT), e foi encontrado na casa do doleiro, preso desde março na Operação Lava Jato, acusado de comandar esquema de lavagem de dinheiro com ramificação na Petrobras.

A atuação do doleiro na Saned complementa outras 746 intervenções, envolvendo empreendimentos em todo o País. Essa lista apresenta nome, telefone fixo e contato de pessoa da empresa, além de informações específicas sobre o projeto. Entretanto, não foram reveladas quais são as referidas obras nem se havia participação direta de agentes políticos em cada caso. O rol mostra que Youssef usava empresas de fachada para barganhar convênios entre construtoras e companhias públicas e privadas. Em troca, ele confessou que ganhava entre 3% e 15% de comissão.

No período em questão, a engenheira Neuceli Bonafé Boccatto era diretora-presidente da extinta Saned. Ela não foi localizada para comentar o assunto. Reali alegou desconhecer quaisquer irregularidades na empresa. “Todas as obras foram licitadas com muito rigor e critério”, sintetizou.

A Prefeitura de Diadema, atualmente gerida por Lauro Michels (PV), assinou em janeiro convênio de concessão de 30 anos com o governo do Estado em troca do abatimento total da dívida de R$ 1,1 bilhão. O passivo englobava valor do rompimento unilateral de contrato para fornecimento de água e esgoto, em 1994, e diferença no pagamento do metro cúbico de água distribuído na cidade.

Não é a primeira vez que a empresa pública municipal aparece em situação delicada de averiguação. No ano passado, a Saned foi incluída na Operação Águas Claras do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que investiga esquema de corrupção em licitações em diversas autarquias de saneamento do País. Em Diadema, a quadrilha atuou em licitação aberta em fevereiro de 2012. A concorrência era de serviços de leitura de medidores, com apresentação de faturas, entrega de comunicados de irregularidades e atualização cadastral.

NA ROTA
Levantamento da PF indica que a região já esteve na rota do doleiro. De acordo com a apuração, o cabeça da operação tinha relações com o deputado federal Vicente Cândido (PT). O petista é citado no relatório porque ele e Youssef buscariam recursos em São Bernardo, município administrado por Luiz Marinho (PT). A tentativa de captação de verba, contudo, foi frustrada, segundo mensagens de texto interceptadas pelo órgão.

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