Federalização da Copasa
Após quase seis anos na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), dos quais, quatro à frente da Pasta, Fernando Passalio segue agora para outro desafio: presidir a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
O remanejamento do gestor ocorre como mais uma estratégia do governador Romeu Zema (Novo) de privatizar esta e outras estatais, no momento em que a federalização também surge como opção.
Após a aprovação do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), que permite o modelo para abatimento da dívida dos estados com a União.
Ao Diário do Comércio, Passalio disse que dará seu tom à companhia. Visando uma empresa mais moderna, mais simples e mais ágil e que possa atender o cidadão com mais eficiência. Tudo isso, segundo ele, aproveitando “todos os avanços que foram atingidos e conquistados pelo então presidente, Guilherme Duarte”. Que, conforme apuração, seguirá à frente da Copasa até meados de março.
E confirmou a missão de realizar os ajustes necessários para viabilizar a adesão de Minas Gerais ao Propag.
“Estamos com a discussão junto ao Parlamento sobre a privatização da Copasa, podendo ser também entregue no acordo do Propag. Vou dar toda a assessoria e toda a condição para que isso aconteça da melhor forma. Muito mais importante do que ser do Estado, é ser eficiente e atender bem ao cidadão”, afirmou.
Movimento semelhante ocorreu há cerca de um mês, com a indicação de Luísa Barreto para a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). Deixando a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag).
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Conforme o governo estadual, no lugar de Passalio assumirá a atual secretária-adjunta de Governo, Mila Corrêa da Costa, que também é consultora de carreira da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Na atual gestão, Mila foi subsecretária de Gestão de Imóveis na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e diretora-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte. É doutora em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais e bacharel em Relações Internacionais pela PUC-MG.
Já Guilherme Duarte irá para a iniciativa privada. Durante pouco mais de dois anos à frente da Copasa, o executivo alcançou o melhor resultado de investimentos da história da companhia. Ultrapassando os R$ 2 bilhões em 2024.
Além disso, diante do desafio do Novo Marco do Saneamento, a Copasa ampliou, nos últimos dois anos, de 72% para quase 80%. O índice de cobertura de esgotamento sanitário nos municípios em que detém concessão.
Realizações de Passalio
Sobre o período que ficou à frente da Sede, Passalio disse que pautou sua atuação a partir das orientações tanto de Zema quanto do vice-governador Mateus Simões.
“Foram mais de R$ 460 bilhões em investimentos, quase um milhão de empregos gerados, meta que vai ser batida, porque o trabalho vai continuar sendo feito. Conseguimos também democratizar os recursos para ciência, tecnologia e inovação de forma que o setor produtivo pudesse utilizar esse recurso e fazer com que as nossas empresas, principalmente as micro e pequenas, tivessem mais competitividade, acessando mais tecnologia e mais ferramentas para o crescimento de Minas Gerais”, declarou.
Duarte, por sua vez, enfatizou, em nota, que, pela primeira vez, a Copasa alcançou e superou a meta de investimento colocada pela empresa junto ao Conselho de Administração. E que foi eleita como a melhor empresa de saneamento do mundo em crescimento financeiro e sustentabilidade.
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Outro grande avanço citado pelo executivo foi a inclusão da companhia no índice de sustentabilidade da B3 (ISE B3). Fato que contribuiu para que a Copasa esteja hoje entre as 100 empresas do País que se destacam nas áreas ambiental, social e de governança. Segundo a edição 2024 do Anuário Integridade ESG.
“Foi uma experiência e tanto estar à frente da gestão dessa companhia, que me recebeu tão bem e onde encontrei uma equipe engajada e colaborativa. Agora, fui convidado para um novo desafio na iniciativa privada”, disse.
Fonte: Diário do Comércio