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Abastecimento em Salvador será regularizado na próxima quinta-feira

E se em vez de uma adutora de água fosse um gasoduto atingido no acidente da semana passada que deixou 60% dos bairros em Salvador sem água? Agora que já passou o “olho do furacão” e o abastecimento começa a ser normalizado, a pergunta é feita por leigos e por quem entende do assunto, e as respostas dependem das análises técnicas que vão determinar as reais causas do acidente.

A principal hipótese do acidente, levantada pelo CRA e pelo próprio presidente da Embasa, Rogério Cedraz, é que a tubulação de 1,5 metro de diâmetro não suportou o peso do aterro sobre si e selou, causando o rompimento que deixou grande parte de Salvador sem água nos últimos dias. Conforme admitiu o presidente da Embasa, com as mudanças de configuração do metrô na região, alterando o seu traçado, houve uma sobrecarga sobre a adutora. “A tubulação não foi projetada para estar àquela profundidade e com tamanha sobrecarga e esta pode ter sido a causa do seu rompimento”, afirmou.

Fora de cogitação, portanto, atribuir o acidente à operação de uma retro escavadeira, como bem explicou o conselheiro e coordenador da Câmara de Engenharia Civil do CREA-BA, Anésio Miranda Fernandez. “Uma retro escavadeira não tem uma lâmina de 11 metros, que possa atingir uma tubulação a essa profundidade”, diz, categórico.

“O mais provável é que tenha havido sobrecarga sobre o terreno, provocando fissuras nas soldas da tubulação” avalia. A adutora passava a quatro metros de profundidade em um terreno de grande depressão. Com as obras do metrô, esse terreno recebeu aproximadamente sete metros a mais de aterro para ficar ao nível da BR-324, além de novos pilares para a expansão da linha do metrô em direção à Águas Claras e Cajazeiras.

Até ontem o CREA-BA ((Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) ainda não tinha informações precisas sobre as possíveis causas do acidente, mas conforme explicou Anésio Miranda, O CREA vai solicitar a ART (Anotação do Responsável Técnico) da obra para verificar se havia cadastro de todas as tubulações (água, gás, telefonia, etc.) da área e se havia acompanhamento passo a passo em cada escavação. “Qualquer obra desse porte tem que ter um cadastro de tubulações subterrâneas, para que se possa saber que material deve ser usado, profundidade das tubulações e o tipo de solo existente”, diz.

Investigação

A normalização do abastecimento de água à população afetada só deverá estar plenamente regularizado na próxima quinta-feira, garante Rogério Cedraz. As obras de construção de uma adutora emergencial, de pouco mais de 500 metros de extensão, já permitem que a partir de hoje os bairros mais próximos e situados em áreas de baixada na cidade sejam reabastecidas. Mesmo assim os carros-pipas ainda continuarão atuando até estar tudo normalizado, garante a Embasa.

Concluída essa fase, a Embasa promete que iniciará de imediato as investigações sobre as causas do acidente. A expectativa é que essas investigações sejam concluídas entre 15 a 20 dias. Cauteloso, o engenheiro do CRA chama a atenção para a questão de estudo do solo onde está enterrada a tubulação.

“Além da sobrecarga do aterro, para fincar os pilares do metrô,é preciso usar bate-estaca a uma grande profundidade, como se utilizam em grandes edifícios. E isso pode ter provocado fissuras nas soldas da tubulação, causando o seu rompimento”, diz. A tubulação da adutora principal que se rompeu, tem aproximadamente 1,5 metro de diâmetro (circunferência) e uma vazão estimada de 2,5 metros cúbicos de água por segundo. Ela vem da Estação de Tratamento de Água localizado no povoado de Menino Jesus, em Candeias, e segue por um longo trecho até Salvador, o traçado da BR-324.

 
Fonte: Tribuna da Bahia

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