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Produção de lixo cresce 7,2% em cinco anos

A produção de lixo urbano cresceu 7,2% nos últimos cinco anos na RMC e saltou de 2,8 mil toneladas diárias para 3 mil toneladas no período

A produção de lixo urbano cresceu 7,2% nos últimos cinco anos na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e saltou de 2,8 mil toneladas diárias para 3 mil toneladas no período, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Na média, foram 930 gramas diárias descartadas por pessoa em 2018. Pode parecer pouco, mas multiplicado por 365 dias, cada habitante gerou 340 quilos no ano passado.

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A geração regional está acima da média mundial, que, segundo relatório do Banco Mundial, de 2018, é de 270 quilos anuais por pessoa, mas abaixo da média nacional, de 378 quilos, calculada, no ano passado, pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Urbana e Resíduos Especiais (Abrelpe).

A geração de lixo, diz engenheiro sanitário e consultor ambiental Marco Antônio Bispo, está diretamente ligada ao consumo. Mesmo diante de uma pequena melhora da economia, afirmou, as pessoas passaram a descartar mais materiais. A quantidade de embalagens e resíduos domésticos que chega aos aterros tende a crescer cada vez mais.

“Na região de Campinas temos um situação bastante razoável nos aterros, embora a reciclagem ainda seja muito pequena. Os impactos ambientais só tendem a crescer se não houver uma mudança no padrão de consumo. Muitos alimentos vão para o lixo. Perdemos o hábito de comprar produtos a granel e isso gerou um grande descarte de plásticos, como garrafas pets, sacolas plásticas, pratos e copos descartáveis, canudos que só trazem dano ao ambiente”, disse

Redução da produção do lixo

Para a ambientalista Maria Odete Rigatto, do Instituto Salve o Planeta, o consumo diário de produtos industrializados é responsável pela contínua produção de lixo. “Nas cidades brasileiras, geralmente os resíduos são destinados a céu aberto, contaminando solo e água. O lixo provoca assoreamento, enchentes, proliferação de vetores que transmitem doenças, além do mau cheiro e contaminação do ambiente”, afirmou.

A redução da produção de lixo, segundo a ambientalista Maria Helena de Mello, é tarefa de longo prazo e vai exigir educação ambiental e mudança de processos produtivos. Há atitudes que cada um pode adotar para reduzir o volume de lixo em casa, sugere. Por exemplo, evitar comprar água em garrafa plástica, ir ao supermercado com ecobags, não adquirir pratos e copos descartáveis, escolher recipientes reaproveitáveis, abolir o uso de canudinhos, escolher fraldas de pano, limitar os alimentos em embalagens plásticas. “São atitudes simples que irão impactar positivamente o meio ambiente”, disse.

Dados da Prefeitura de Campinas mostram que além do aumento de volume, a composição dos resíduos também mudou, com a redução da participação do lixo orgânico na produção total. Há 20 anos, o orgânico representava 60% da produção total e hoje representa 40%. Isso ocorre por causa do maior consumo de produtos embalados, industrializados, com redução de produtos in natura. Cada vez mais as pessoas estão produzindo menos comida em casa e se aproximando de padrões americanos e europeus. Nos Estados Unidos, 16% do lixo são de origem orgânica e na Europa, 20%.

Fonte: Correio.

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