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Fundação BB anuncia investimentos na construção de cisternas

A Bahia é um dos estados beneficiados pelos investimentos da ordem de R$ 126 milhões para a implantação de cisternas em 120 municípios do país. Outros estados nordestinos a serem contemplados são Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, além de Minas Gerais, na região Sudeste. Cada município deve receber uma quantidade média de cem cisternas.

Metade dos equipamentos – seis mil – será do tipo calçadão (capta água de áreas em declive) e de enxurrada (instalada no caminho por onde passa o fluxo de água de chuva). Ambos os modelos possuem capacidade para 52 mil litros e servem para alimentar animais e irrigar lavouras – não se trata de água própria ao consumo humano.

A convite da FBB, a reportagem de A TARDE foi à cidade de Santo Antônio (RN), a 83 quilômetros da capital, Natal, onde viu a realidade de famílias que possuem cirternas cuja água armazenada é utilizada para o trabalho na lavoura e com animais e também para o consumo humano.

O agricultor familiar Noé Pereira da Silva, 46 anos, comemorou o fato de não mais precisar andar durante toda a madrugada, no meio do sertão, para conseguir um pouco de água para o uso de sua família, para alimentar os animais e irrigar a pequena horta que o filho Ismael da Silva, 25 anos, mantém na propriedade da família.

Morador da comunidade do Baixio, em Santo Antônio (RN), Noé aproveita a instalação de duas cirternas em sua propriedade, o que lhe garante água todo ano. A que capta água da chuva para consumo humano tem capacidade de 16 mil litros. Uma outra cisterna, de produção, capta 52 mil litros e é utilizada na horta.

Ismael da Silva, que tem dois filhos, diz que manter a horta era uma ação difícil. “Às vezes me submetia a ir ao prefeito, a um secretário. Até implorava. Mas quando a água chegava já tinha perdido tudo o que tinha plantado”, conta. As cisternas implantadas na casa da família tiveram recursos da Fundação Banco do Brasil (FBB), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA).

Antes da instalação das cisternas, as famílias passam por capacitação, que é realizada por organizações não-governamentais articuladas pela ASA. “Nós capacitamos os pedreiros da região para construir as cisternas, e os donos das casas e dos terrenos que vão receber as cisternas também são capacitados a fazer a manutenção”, disse a coordenadora do Instituto Chapéu de Couro, Ligiane Carvalho da Rocha, na cidade de Santo Antônio (RN).

Água para Todos – A iniciativa da FBB integra o Programa Água para Todos, do Governo Federal, que quer universalizar o acesso à água e construir 750 mil cisternas até o final deste ano. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), já foram construídas desde o início da gestão Dilma Roussef 566 mil cisternas.

Neste projeto, a FBB participa com a reaplicação das cisternas construídas com placas pré-moldadas, que captam água para o consumo humano. Em parceria com a fundação, já foram construídas 77.783 cisternas de placas em 130 municípios brasileiros de nove estados que compõem o semiárido brasileiro. Cerca de 350 mil pessoas foram beneficiadas pela ação da fundação.

A cisterna de placas compreende um reservatório de forma cilíndrica, coberto e semi-enterrado (parte do equipamento não fica aparente). A tecnologia foi aprovada e certificada pelo Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social em 2001. Segundo técnicos da fundação, do MDS e da ASA, as chuvas que caem durante quatro meses no semiárido são capazes de alimentar as cisternas e manter o acesso à água por outros oito meses do ano.

“A nossa intenção não é fazer filantropia. O programa de cisternas só dá certo se houver envolvimento das populações, articulação. Tem que haver protagonismo de quem recebe as cisternas”, disse o presidente da FBB, Caetano Minchillo.

Encontro de Jornalistas – As iniciativas que visam proporcionar convivência com a seca foram apresentadas durante o 8º Encontro de Jornalistas – Nordeste, promovido pela FBB em Natal (RN), entre os dias 7 e 9 de maio. Os debates do encontro se concentraram no tema “Desenvolvimento Social e Políticas Públicas – Os Desafios da Comunicação”.

Além dos debates sobre acesso à água e preservação de recursos hídricos, debateu-se os uso das redes sociais como ferramentas de mobilização e os desafios para a gestão de resíduos sólidos no Brasil. Foram também debatidas questões de agroecologia e de como fazer uma comunicação eficaz de pautas sociais nos veículos de imprensa.

Fonte: A Tarde Uol
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