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Obra em Sistema Alto Tietê é entregue por Alckmin

O governador Geraldo Alckmin entregou nesta segunda-feira (29) uma nova obra para ampliar a vazão do Sistema Alto Tietê e voltou a descartar o rodízio. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado e São Paulo (Sabesp) foram feitos 9 quilômetros de adutoras para ligar o Rio Guaió, no trecho de Suzano, ao Sistema Alto Tietê. A vazão vai ser ampliada em mil litros. Esta é uma das medidas do pacote de intervenções do Estado na tentativa de garantir o abastecimento durante a crise hídrica.

Alckmin voltou a descartar o rodízio, mas alertou que o uso racional deve ser mantido. “Podemos sim descartar o rodízio. Nós não estamos contando com chuvas do período de julho, agosto e setembro, porque entendemos que é período seco, de inverno. Nós queremos conseguir chegar próximo a afluência de água do consumo.

Como a gente sabe que a afluência lá no Cantareira é em torno de 13 [metros cúbicos por segundo], a afluência pode cair, e vamos imaginar um quadro bem seco: cair para 7, faltariam 6 metros cúbicos por segundo: 1 do Guaió, 1 do Guarapiranga, 4 do Rio Grande.”

As obras do Sistema Rio Grande estão previstas para setembro, mas para o governador está “perfeitamente dentro do necessário, porque se você tiver problema é a partir de setembro”.

Obras no Rio Guaió

Os trabalhos para captar água do Rio Guaió foram feitos em Suzano, perto do limite com Ferraz de Vasconcelos com mão de obra própria. São 9 quilômetros de adutoras para levar 1 m³/s para o Ribeirão dos Moraes, afluente do Rio Taiaçupeba/Mirim, que, por sua vez, deságua na Represa Taiaçupeba.

De acordo com a companhia, as intervenções vão beneficiar 300 mil moradores de Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá, Suzano e Mogi das Cruzes, além de parte de Guarulhos, na Grande São Paulo, e uma parcela da zona leste da capital.

O Rio Guaió nasce em Mauá, na região do ABC, e tem cerca de 20 quilômetros de extensão, passando por Ribeirão Pires, Suzano, Ferraz de Vasconcelos e Poá. De acordo com a Sabesp, foram investidos R$ 28,9 milhões para ligar o rio ao sistema. Além da tubulação, foi construída uma estação elevatória para bombeamento.

Sistema Alto Tietê

O Sistema Alto Tietê é composto por cinco represas (Ponte Nova, Paraitinga, Biritiba-Mirim, Jundiaí e Taiaçupeba, alimentadas pela chuva direta sobre elas e pelos rios que as abastecem. Segundo a companhia, a entrada do Rio Guaió vai ampliar o nível de todo o sistema e a medida é essencial para garantir o abastecimento no período de estiagem, que segue até setembro.

O Sistema Alto Tietê tem capacidade para tratar 15 mil litros por segundo, mas suas represas estão com nível baixo. Nesta segunda-feira, o volume está em 20,7%.

“Nós estamos praticamente entrando no mês de julho em uma situação melhor do que imaginávamos em janeiro. Estamos entrando em julho com 19,9%, quase 20%. Aqui não está computada nem a terceira reserva técnica, nem a quarta reserva técnica. Nós estamos com uma afluência e uma saída equilibrada, mesmo no inverno. É natural que caia em julho e agosto e por isso estamos complementando com água nova de outros sistemas.

O Guarapiranga está estável também, entrada de 15 e retirada de 15. Só que o Guarapiranga tem 75%. E o Guarapiranga ainda tem a água da Billings se houver necessidade e a Billings é gigante. Então o Guarapiranga está com 75,2%. E o Alto Tietê que caiu 0,1, tem 20,7% e está recebendo novos sistemas. Então o Guaió passa a entrar agora, o Rio Grande em setembro. Nós não estamos contando com São Pedro”, detalhou o governador.

Outras obras

Em janeiro, foi entregue a ampliação da transferência de água do Córrego Guaratuba para o Sistema Alto Tietê de 500 litros por segundo para 1000 litros por segundo. O córrego nasce na Serra do Mar e deságua em Bertioga. A Sabesp ampliou a adutora e a estação elevatória localizadas no córrego, na altura de Biritiba Mirim (SP). A água captada é bombeada para o Rio Claro, que deságua na represa de Ponte Nova.

A água produzida na região do Alto Tietê tem contribuído para atender a população abastecida pelo Sistema Cantareira desde dezembro de 2013. Outra obra que deve amenizar a situação do Cantareira é a ligação com o Sistema Paraíba do Sul. “Hoje à tarde é o leilão eletrônico. Oito consórcios estão disputando. Aí saberemos quem venceu a licitação.

Isso deve ficar pronto em 2017. Teremos em média 5 metros cúbicos por segundo a mais para o Cantareira. Podendo, o que é mais importante, chegar no inverno a 10 metros cúbicos por segundo. É mão dupla. O Cantareira não é muito grande. Quando chove demais ele tem que soltar água, aí você guarda no Jaguari”, disse Alckmin.

Outra obra, a interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê, começou no dia 4 de maio, com cerca de três meses de atraso. Prevista para começar em fevereiro deste ano, a obra orçada em R$ 130 milhões deveria ter sido entregue parcialmente em maio e atrasou para sair do papel devido à demora do licenciamento ambiental, segundo o governo.

Quando a obra estiver concluída, haverá uma transferência de 4 mil litros de água por segundo para o sistema Alto Tietê e ampliar em cerca de um terço a retirada de água no local.

O Alto Tietê é responsável pelo abastecimento de 4,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, principalmente na Zona Leste da capital paulista.

 
Fonte: G1

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