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“O governo anterior não cuidou do saneamento do Paraná”

Renato Mayer Bueno, 57 anos, é engenheiro Químico formado pela UEM (Universidade Estadual de Maringá) e especialista em Direção de Empresas pela PUC-PR. Casado e pai de duas filhas mora em Cascavel há 11 anos e há 26 faz está na Sanepar.

Após um período sem investimentos no saneamento e abastecimento de água, a Sanepar se reergueu nos últimos três anos e meio. A falta de apoio do governo passado trouxe dificuldades para praticamente todo o Estado, especialmente às regiões Oeste e Sudoeste. Segundo o gerente-geral da Sanepar para essas duas regiões, Renato Mayer Bueno, foi preciso muito trabalho para retomar a estabilidade e garantir melhorias à população. “Podemos afirmar que o governo anterior não cuidou do saneamento do Paraná, sobretudo da nossa região”. O gerente regional destaca que no início do governo Beto Richa um estudo foi feito para que contratos, até então esquecidos, pudessem ser retomados. Os investimentos em Cascavel já superam R$ 120 milhões e outros projetos serão concluídos.

“Hoje são 79.737 residências com esgoto”

O Paraná: Quais são os reflexos dos investimentos do governo do Estado nesses últimos três anos e meio?
Renato Mayer Bueno: Pelo atual governo está sendo feito um trabalho bastante significativo. Nós trabalhamos para retomar as questões de estabilidade no abastecimento de água, principalmente, para garantir acesso à população. Vários investimentos foram feitos no setor neste período. Na década passada, muitos contratos de concessões foram vencendo e naquele governo novos pactos com prefeituras, por exemplo, Cascavel e Toledo ocorreram, mas praticamente nenhum vinha atendendo o que estava pré-determinado. Em 2011, quando então assumiu o governador Beto Richa, fizemos um resumo da região, pois tínhamos que estar adimplentes com contratos, até mesmo por questões de legalidade para não termos nenhum prejuízo à Sanepar.

O Paraná: A realidade de hoje está melhor?
Renato: Podemos afirmar que o governo anterior não cuidou do saneamento do Paraná, sobretudo da nossa região como um todo. A Sanepar vinha de um período sem investimento no setor de saneamento. As regiões Oeste e Sudoeste tinham dificuldades em várias situações. Nos últimos anos do governo anterior foi deixado de se fazer investimentos significativos, os quais prejudicaram e muito cidades como Cascavel, Toledo, Pato Branco e Francisco Beltrão, que são as de maior porte.

O Paraná: Quais foram os principais problemas apontados inicialmente?
Renato: Dentro desse caos espalhado, quando iniciamos a gestão era comum faltar água todo dia em Cascavel. A primeira reivindicação do nosso presidente em visita a Pato Branco, por exemplo, foi feita pelos vereadores e o prefeito do município na época, era para se eliminar o problema de falta de água em vários locais da cidade. Então o que se decidiu por meio do esforço da equipe e da diretoria é que se viesse a executar de forma prioritária o sistema de abastecimento de água. Quando se soma todos os valores investidos a isso, ficamos até assustados com a quantidade de dinheiro da própria companhia e de financiamentos com bancos oficiais do governo. Hoje temos uma necessidade grande de se fazer investimentos, mas atendemos uma profunda demanda.

O Paraná: O que melhorou em relação ao saneamento e abastecimento de água?
Renato: São poucos os municípios que envolvem a regional que têm dificuldade de abastecimento. Temos um indicador, no qual verificamos que a partir de 0,8 do índice de demanda de água da população/capacidade de produção, há necessidade de se fazer projetos. Quando se atinge o registro 1 sabemos que haverá dificuldade de abastecimento. Nós tínhamos 64% do sistema, entre os 84 municípios, com essa dificuldade. Hoje há cerca de 20% nesta situação, mas existe condição de serem atendidos, incluindo as cidades de Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu que também já chegam perto do limite e têm necessidade de investimento na produção.

O Paraná: Para o próximo ano há previsão de investimento em Cascavel?
Renato: Estamos com projeto pronto e a garantia do órgão financiador – Caixa Econômica – para novo reservatório que atenderá a região do Canadá ao Country. Até o fim do ano deverá ocorrer a licitação e em seguida a obra, que será executada pelo período médio de três anos. Nesses três últimos anos, a Sanepar colocou dois poços em produção e estamos construindo um reservatório na região Sul.  Todos os investimentos já somam mais de R$ 127,5 milhões e são pensando em atender uma população estimada em 600 mil habitantes.

O Paraná: Apesar de algumas famílias ainda questionarem a interrupção no abastecimento, os problemas quanto à falta de água estão sendo amenizados?
Renato: Hoje a nossa orientação quando houver problemas é para que a população entre em contato conosco, pois dentro da nossa realidade na gestão da distribuição de água, não constatamos a falta. O que ocorre é que estamos investindo na rede de Cascavel e existem readequações no sistema de abastecimento, que antes não eram feitas. Às vezes há interrupções individualmente, mas não no coletivo. Atualmente, apenas 20% das residências têm reservatórios e essa falta domiciliar é o que faz com que a pessoa fique sem água naquele momento da manutenção. Se houvesse mais reservatórios, não teríamos tanta dificuldade. A região norte, por exemplo, é uma das áreas que foi crescendo com vários loteamentos e tinha um diâmetro de tubulação que com o passar do tempo não atendia mais aquela região. No entanto, foi adequado, fizemos reuniões com a comunidade e não temos recebido reclamações.

O Paraná: Há previsão de quando a rede coletora de esgoto atenderá 90% previsto em contrato com o Município?
Renato: Quando foi firmado o contrato em 2004, o governo em exercício garantiu para Cascavel que estaria com 80% de esgoto até 2008, mas no máximo atingiu 50% e isso em 2010 já ultrapassando o prazo. A partir da mudança do governo foi exigido à Sanepar que se cumprisse o contrato. No mês de junho passado, chegamos a 80,26%. Em contrapartida, nós prometemos ao Município que até 2015, atingiremos acima dos 90% previstos para serem entregues até 2022, inclusive, todas as obras já estão contratadas é só aguardam pelo processo necessário a cada construção.  Em 2010 foram contabilizadas 51.975 residências com esgoto. Hoje são 79.737.  Isso representa que fizemos mais que o esperado em três anos. Atribuímos isso a uma resposta de competência, seriedade e compromisso que o governo do Estado tinha com Cascavel.

Fonte e Agradecimentos: http://www.oparana.com.br/cidades/o-governo-anterior-nao-cuidou-do-saneamento-do-parana-51261/

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