saneamento basico

14% da população é atendida por rede de saneamento básico em SC

Os atributos ambientais e paisagísticos de Santa Catarina estão entre os principais atrativos para o turismo e que também colocam o estado com cidades entre as de melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar disso, no estado ainda falta saneamento básico.

Um estudo divulgado esta semana pelo Instituto Trata Brasil indica que apenas 14% da população possui rede de tratamento de esgoto, cerca de 911 mil pessoas. Quando a estatística se refere à área de cobertura da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), este índice chega a pouco mais de 18%, ainda bem abaixo da cobertura nacional: 45%, segundo a Trata Brasil.

A gente deve chamar a atenção para a crucialidade do momento que nós estamos vivendo e cada um começar a fazer sua parte”
Daniel José da Silva

Impactos
Problema que, segundo especialistas que realizaram o estudo, não afeta apenas a conservação dos recursos hídricos e ambientais, mas também traz prejuízos a setores como economia e educação. Quanto menores os índices de saneamento, mais baixas as perspectivas em evolução nestes setores.

“Se você não tem um tratamento adequado ou tem um tratamento de efluente que não é bem tratado, isso acaba interferindo em diversas atividades”, destaca a doutora em Química e professora da Universidade do Vale do Itajaí, Katia Naomi Kuroshima. Segundo ela, nas regiões costeiras, por exemplo, a balneabilidade, o turismo e a pesca são atividades que sentem impacto direto da poluição.

A geógrafa da Casan, Karine Santos Luiz, explica que em muitas regiões onde há tratamento de esgoto, um rio poluído pode levar a sujeira para as praias. “Neste verão choveu pouco, por isso, a temporada foi a que teve o melhor índice dos últimos anos”, afirma.

A profissional exemplifica outra situação: segundo ela, a região da Beira-Mar Norte, em Florianópolis e os morros no entorno possuem rede de coleta e tratamento de esgoto, mesmo assim, a área é considerada imprópria para banho. “Há muita ocupação irregular e os esgotos das casas que não estão ligadas à rede coletora acabam indo para a baía, que fica imprópria”, considera Karine.

Conscientização individual
No último relatório disponibilizado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2011, Florianópolis aparece como a cidade catarinense com a melhor colocação do saneamento básico do Brasil.

De acordo com os dados divulgados pelo Trata Brasil, a capital do estado está na 33ª colocação do ranking que lista 100 cidades brasileiras. A segunda melhor colocada é Blumenau, que ocupa a 75ª posição. Já o município mais populoso do estado figura no 85º lugar do país.

Peixes apareceram mortos em rio  (Foto: Luiz Carlos de Souza/RBS TV)
Poluição depende também da conscientização
individual, diz especialista
(Foto: Luiz Carlos de Souza/RBS TV)

O professor Daniel José da Silva coordenador do Grupo de Pesquisa – GP Hidro – da Universidade Federal de Santa Catarina destaca que não bastam investimentos e ações públicas para reduzir os níveis de poluição nos recursos hídricos e em todos os naturais. “Não existe nada mais abaixo em uma área que tu estejas do que um riozinho. Tudo o que a gente fizer na natureza acima dos rios vai chegar nos rios”.

Segundo ele, é necessário mudar a cultura e ampliar a educação, para poder garantir a conservação destes recursos. “A gente não vê a poluição porque a gente não tem a qualificação para ver, por isso, cada vez mais temos os rios poluídos e degradados. A gente deve chamar a atenção para a crucialidade do momento que nós estamos vivendo e cada um começar a fazer sua parte”.

Fonte e Agradecimentos: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/03/14-da-populacao-e-atendida-por-rede-de-saneamento-basico-em-sc.html

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