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A amostragem em poluição do solo

O solo possibilita o crescimento e o desenvolvimento de milhares de espécies de plantas, o que só é possível a partir de sua combinação com outros elementos da natureza — como água e ar, além de matérias minerais e orgânicas.

A poluição do solo é caracterizada por alterações que modifiquem a estrutura padrão e natural do chão, terra ou superfície, prejudicando as formas de vida e sua colaboração para as interações ecológicas regulares. Em geral, este tipo de poluição é causado por diferentes materiais, que podem ser: fertilizantes, componentes químicos, medicamentos, metais, acidentes, desastres naturais, etc. Pode-se conhecer os métodos de amostragem, manuseio, armazenamento e preparação para análises de amostras dos solos.

O solo é a camada de material orgânico e inorgânico que cobre a superfície rochosa da terra. A porção orgânica, derivada da decomposição de animais e plantas, concentra-se na parte superior do solo. Já a parte inorgânica é formada por fragmentos de rochas.

Outros componentes do solo são a água e o ar, que variam de acordo com a ocorrência de chuvas. A poluição do solo, também chamada de contaminação do solo, é causada pela introdução de químicos ou alteração do seu ambiente pela ação do homem. Essas substâncias químicas levam à poluição e, direta ou indiretamente, à poluição da água e do ar.

Defensivos agrícolas

Defensivos agrícolas utilizados em grande escala — tais como herbicidas, inseticidas e demais produtos — não só afastam insetos e pragas, mas também causam a poluição do solo da região em questão. Quando esses produtos são utilizados por longos períodos, os alimentos podem ser contaminados e o local pode se tornar infértil.

Os fertilizantes usados para solucionar problemas no solo podem acabar agravando-os, principalmente quando utilizados por longos períodos. Já os metais pesados, utilizados por fábricas e indústrias, quando descartados no solo, podem polui-lo de maneira bastante agressiva. Os componentes químicos também podem causar desequilíbrio no solo. Até mesmo as substâncias que parecem inofensivas, tais como tinturas ou detergentes, podem poluir o solo e o ambiente de maneira agressiva.

A falta de tratamento adequado para o esgoto é um problema recorrente em todo o Brasil, o que faz com que esse tipo de poluição de solo seja um dos mais comuns. Os resíduos não tratados aumentam as chances de proliferação de micro-organismos e, consequentemente, de doenças — que ao se infiltrarem no solo, se multiplicam e podem tornar a área irrecuperável.

Gases tóxicos

Deve-se incluir, ainda, como problemas no solo o descarte de componentes eletrônicos; os descarte de lâmpadas fluorescentes; a contaminação por baterias e pilhas; a contaminação por fluídos hidráulicos; a contaminação por óleos de veículos, diesel ou gasolina. Quando os poluentes são depositados no solo saudável sem que haja controle sobre essa ação, os lençóis freáticos podem acabar contaminados. O resultado disso é a produção de gases tóxicos capazes de levar a alterações sérias no ambiente, tais como a chuva ácida.

Outro efeito do descarte irregular de dejetos no solo está relacionado à decomposição. Isso porque alguns materiais demoram muito tempo para se decompor naturalmente. É o caso do vidro, por exemplo, que leva cerca de 5.000 anos para se decompor. Plásticos não biodegradáveis, por sua vez, podem demorar milhões de anos antes de serem desintegrados completamente. Além disso, o problema deve ser considerado gravíssimo, visto que qualquer descaracterização natural do solo pode levar a consequências que perduram na região por anos, afetando ainda a produção de alimentos, a saúde da população e a estabilidade da natureza.

A NBR 16434 de 09/2015 – Amostragem de resíduos sólidos, solos e sedimentos – Análise de compostos orgânicos voláteis (COV) – Procedimento descreve procedimentos recomendados para a coleta, manuseio e preparação de amostras de resíduos sólidos, solo, e de sedimentos para análise de substâncias orgânicas voláteis (COV). Esta classe de substâncias inclui hidrocarbonetos aromáticos de baixo peso molecular, hidrocarbonetos halogenados, cetonas, acetatos, nitrilos, acrilatos, éteres, sulfetos, com ponto de ebulição menor que 200 °C, insolúveis ou pouco solúveis na água.

Plano de amostragem

Nesta norma são descritos métodos de amostragem, manuseio, armazenamento e preparação para análises. Não cobre os detalhes do plano de amostragem, preparação de frascos e análises das amostras. Os valores são definidos em unidades internacionais (SI). Nenhuma outra unidade de medição está incluída.

Esta norma não pretende abordar todos os métodos e questões relacionados com a amostragem de resíduos sólidos, solo e de sedimentos. Ela descreve procedimentos recomendados para a coleta, manuseio e preparação de amostras de resíduos sólidos, solo, e de sedimentos para análise de substâncias orgânicas voláteis (COV).

Oferece um conjunto de informações ou uma série de opções e não recomenda um método específico. Não pode substituir a formação profissional. A formação e a experiência profissional devem ser utilizadas conjuntamente com este documento, sendo que as decisões tomadas devem ser justificadas tecnicamente.

Nem todos os aspectos desta norma podem ser aplicáveis em todas as circunstâncias. Não pretende definir a quantidade de amostras a ser coletada em uma área, isto deve ser definido com base no modelo conceitual da área, elaborado conforme a NBR 16210 e no plano de amostragem desenvolvido de acordo com os objetivos definidos para a investigação ambiental.

Métodos alternativos

A norma está atualizada para a época do seu lançamento, porém podem surgir novos métodos alternativos anteriores às suas revisões, sendo de responsabilidade do usuário estabelecer práticas de segurança e saúde apropriadas, bem como determinar a aplicabilidade de limitações regulamentares, anteriormente à sua utilização.

Já a NBR 16435 de 09/2015 – Controle da qualidade na amostragem para fins de investigação de áreas contaminadas – Procedimento estabelece as orientações técnicas de controle de qualidade relacionadas à amostragem de solo e água subterrânea para fins de investigação de áreas contaminadas. Fornece os critérios mínimos para a garantia da qualidade dos procedimentos de amostragem, incluindo a qualificação e capacitação do especialista em amostragem.

A quantidade de amostras de controle de qualidade propostas segue as normas e métodos vigentes, reconhecidos nacional e internacionalmente. Quaisquer alterações destes critérios podem ser propostas, desde que tecnicamente justificáveis.

Esta norma tem caráter orientativo e visa a abordar procedimentos de qualidade relacionados à amostragem de solo ou de água subterrânea para fins de investigação de áreas contaminadas. Eventualmente, na investigação de áreas contaminadas, é necessário consultar normas específicas complementares para amostragem de outras matrizes que venham a ser consideradas necessárias no Modelo Conceitual estabelecido.

Práticas de segurança

É de responsabilidade do usuário desta norma estabelecer práticas de segurança e saúde apropriadas, bem como determinar a aplicabilidade de limitações regulamentares anteriormente à sua utilização. A norma não pretende abordar as preocupações com segurança, caso estejam associadas com a sua utilização.

Os procedimentos de amostragem devem ser registrados em formulários específicos que devem ser preenchidos no momento da amostragem. Os formulários devem conter campos suficientes para acolher as informações encontradas no campo e as não conformidades ou anomalias verificadas na tomada das amostras.

A equipe de amostragem, terceiros envolvidos e os equipamentos utilizados devem ser registrados no formulário de amostragem. Os resultados das verificações de equipamentos que foram executadas em campo devem também ser registrados no formulário de amostragem. O número do lote dos padrões usados deve ser registrado. Os rótulos dos frascos devem conter pelo menos as seguintes informações: identificação do projeto; identificação da amostra; identificação da matriz a ser analisada; e grupos de analitos a serem analisados.

Fonte: Revista ADnormas.

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