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Brumadinho: sete meses depois de tragédia, Vale começa retirada de rejeitos do Paraopeba/MG

Processo de dragagem para retirada de sólidos do fundo do rio integra o Plano de Contenção de Rejeitos apresentado pela empresa aos órgãos públicos

Quase sete meses após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Rio Paraopeba ainda acumula, na confluência com o ribeirão Ferro-Carvão, cerca de 300 mil a 350 mil metros cúbicos do material que vazou da barragem B1. As informações são da própria Vale que anunciou, nesta terça-feira (20), que começa processo de dragagem para limpeza do rio.

Após destruir a área administrativa da mineradora e algumas casas de Córrego do Feijão, deixando pelo menos 270 vítimas, a lama atingiu o rio Paraopeba, tornando-o impróprio para qualquer tipo de uso até o município de Pompéu. Segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), há 14 pontos de monitoramento das águas mantidos pelo Instituto, sendo que sete já eram inspecionados antes da tragédia.

Em julho, a diretora-geral do Igam, Marília Melo disse que, após o rompimento da barragem, foi detectada presença de alumínio, ferro e manganês no Rio Paraopeba. Foi registrada também a presença de chumbo, cobre e mercúrio, metais que não foram mais verificados depois de março.

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Após os rejeitos banharem o Paraopeba, os medidores chegaram a registrar 34 mil unidades de turbidez próximo ao ponto de captação, quando o limite são 100 unidades de turbidez, disse o Instituto. O Igam garante que os índices estão melhores, mas a preocupação é que o rejeito, que está depositado no fundo do rio, seja revolvido na próxima temporada de chuva e piore a situação da água.

Processo de drenagem

O processo de dragagem, que tem previsão de terminar em 2020, segundo a Vale, será acompanhado por oito pontos de monitoramento de água e sedimentos instalados pela mineradora.

Durante o processo, a água é bombeada para as chamadas bolsas geotêxteis, que têm a função de reter o rejeito dragado. A água sairá pelos poros drenada dessas bolsas e, na sequência, passará por tratamento, para separação dos sólidos, e será devolvida tratada. Já os sólidos serão monitorados e integrados ao meio ambiente através de reaterro e revegetação.

O tratamento da água dragada será realizado na Nova Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) Lajinha, já implantada pela Vale, com capacidade para tratar 2,5 milhões de litros por hora.

A atividade de dragagem e a implantação do sistema de tratamento de água integra o Plano de Contenção de Rejeitos apresentado pela Vale aos órgãos públicos.

Contenção

O processo de dragagem, segundo a Vale, é para “limpar” os rejeitos que chegaram a atingir o Paraopeba nos primeiros meses após o rompimento e estão no fundo do rio. Em junho, a mineradora anunciou que havia terminado a instalação da “cortina de estacas-pranchas”, para direcionar águas com sedimentos para a Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) Iracema (Ferro-Carvão), com capacidade de 2 milhões de litros por hora.

Segundo a Vale, ainda estão em construção barreiras hidráulicas, que têm a finalidade de reter sedimentos, permitindo a passagem de água, e um dique, que servirá para conter material sólido mais fino. A mineradora informou que as obras estão em andamento e devem ser concluídas até o final deste ano.

Fonte: G1.

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