Um levantamento inédito apontou que o Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) é responsável por 89% da água retirada legalmente do Aquífero Guarani. São 400 milhões de litros por dia que abastecem a casa dos 650 mil habitantes – captação per capta de 615 litros por dia.
A preservação dos recursos hídricos é o principal tema do segundo seminário do Agenda Ribeirão, em 28 de maio. O evento vai promover o debate de assuntos importantes para cidade, dividido em três pilares: Morar (21 de maio), Viver (28 de maio) e Andar (4 de junho).
Estudo
O estudo finalizado pelo Daee-SP (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo) na semana passada, foi feito após o A Cidade publicar estudos que apontam a queda do nível do Aquífero Guarani e que a recarga não repõe o que é utilizado.
Além do Daee-SP, também integram a força-tarefa para preservação do Guarani, a Prefeitura de Ribeirão Preto, o CBH (Comitê da Bacia Hidrográfica) do Rio Pardo, a Promotoria do Meio Ambiente e o Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente) – desde o fim de fevereiro de 2014, o Ministério Público tem inquérito aberto para apurar problema de falta de água na cidade e o número de poços.
O levantamento do Daee, responsável por conceder todas as autorizações e outorgas para o uso da água subterrânea no Estado, apontou que existe 285 poços particulares retirando 49 milhões de litros de água do Guarani por dia.
Apesar do número elevado poços – o Daerp, por exemplo, tem 103 – a vazão diária dos reservatórios é pequena. Um terço retira até 25 mil litros por dia e apenas quatro tem autorização para coletar mais que um milhão de litros por dia.
No caso do Daerp, 93 poços têm outorga para retirar mais que um milhão de litros de água por dia. Outros dez poços têm autorização para extrair diariamente entre 200 mil e um milhão de litros de água.
No total, Ribeirão Preto tem 388 poços retirando 450 milhões de litros de água por dia do Guarani. Outros 114 poços retiram água do lençol freático e do Aquífero Serra geral.
Outros poços
Além dos 388 poços retirando água do Guarani, existem outras 83 perfurações captando 680 mil litros por dia do lençol freático e outros 31 que utilizam 580 mil litros por dia do Aquífero Serra Geral.
O Aquífero Serra Geral fica em bolsões de basalto entre 80 e 100 metros de profundidade. “A pedra é toda fraturada e acaba criando essas reservas, que têm água de boa qualidade”, disse Carlos Alencastre, diretor regional do Daee.
O lençol freático, entre 20 e 30 metros profundidade, tem água com pouca qualidade. “Sempre que um poço é perfurado é preciso analisar a água, mas a chance de contaminação aumenta bastante no lençol freático”, afirmou.
Daerp fará avaliação do Aquífero
O Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) afirma que pretende contratar um geólogo, via carta convite, para fazer um levantamento da atual condição do Aquífero Guarani.
“Estamos usando poços antigos para medir a variação do nível e qualidade da água. Também vamos contratar um especialista em hidrologia para analisar o Aquífero Guarani. O que eu posso adiantar é que a qualidade da água é muita satisfatória”, disse Ivo Colichio, diretor técnico do Daerp.
O diretor, porém, garantiu que não há motivo para pânico. “Não existe necessidade imediata de captar água do rio Pardo e, ao mesmo tempo em que há um rebaixamento do Aquífero na região mais central de Ribeirão Preto, em regiões mais afastadas o reservatório está igual ao que era há 150 milhões de anos”, falou Colichio.
Fonte: Jornal A Cidade
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