Até o final de setembro, os sertanejos e pequenos agricultores serão contemplados com mais de 30 quilômetros de água do Canal do Sertão. O ritmo de trabalho está cada vez mais acelerado, empregando 110 pessoas que trabalham dia e noite para a conclusão da obra. Atualmente, as obras do trecho 3 encontram-se no quilômetro 68. Quando finalizado, o trecho vai levar água até o quilômetro 105 da obra. “O trecho 3 acaba no quilômetro 93, mas leva água até o 105, que já faz parte do trecho 4”, esclareceu o secretário-adjunto da Infraestrutura, Alzir Lima.
“Estamos trabalhando os três horários. As obras não param. Também temos uma parceria muito boa com o Ministério da Integração em relação ao repasse das verbas. O Canal do Sertão é uma grande conquista para todos”, expôs o secretário. As águas do trecho 3 passarão pelos municípios de Olho D’água do Casado, Inhapi, Senador Rui Palmeira e Água Branca. “Os pequenos agricultores desses municípios já serão beneficiados, podendo engrandecer suas pequenas propriedades, levando cada vez mais melhorias ao povo sertanejo”, finalizou Alzir.
Quando concluído, o Canal do Sertão terá 250 quilômetros de extensão, entre os municípios de Delmiro Gouveia e Arapiraca, beneficiando 42 cidades. A obra do Canal está sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), enquanto sua gestão e aproveitamento produtivo estão a cargo, respectivamente, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e da Secretaria de Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa).
Potencial produtivo
Na última sexta-feira (31), o potencial produtivo do Canal do Sertão foi tema de um encontro entre empresários, produtores rurais, instituições financeiras, técnicos e consultores, que debateram futuros investimentos nas áreas irrigadas. Três perímetros irrigados destinados à agricultura familiar foram definidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Parnaíba e São Francisco (Codevasf) e outros dois estão em fase de estudos. Os estudos apontam, nessas áreas, um grande potencial para a fruticultura, horticultura, ovinocaprinocultura, produção de grãos e criação de gado leiteiro, além de outras atividades.
Outra potencialidade do Canal do Sertão apontada pelos empresários presentes à reunião de sexta-feira refere-se à produção de sementes nas áreas irrigadas. Para o empresário Everaldo Tenório, com a obra, Alagoas poderá se transformar em um polo produtor para o Nordeste e outras regiões do país. “O período de produção de sementes em Alagoas é o período da entressafra em outros Estados, o que nos favorece. Podemos vender sementes de algodão, milho e soja a preços competitivos”, disse Tenório.
O secretário de Agricultura, Álvaro Vasconcelos, ressalta a prioridade dada pelo Governo do Estado para transformar o Canal do Sertão em uma ferramenta para o desenvolvimento da região, com o incremento da produção agrícola e o foco na agricultura familiar. A preocupação com o escoamento da produção das áreas do Canal também foi abordada pelo secretário. “O governador Renan Filho tem buscado recursos para modernizar o Porto de Maceió, pensando exatamente na produção futura do Canal do Sertão. Os investidores do Canal podem ficar certos de que o Governo do Estado vai contribuir da forma que puder para solucionar os gargalos que surgirem”, garante o secretário.
De acordo com o secretário de Estado dos Recursos Hídricos, Alexandre Ayres, a pasta, responsável pela gestão do Canal do Sertão, também tem elaborado estudos, junto à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), no sentido de garantir tarifas de energia elétrica diferenciadas para os empreendimentos instalados ao longo da obra.
“Vamos incentivar as fontes renováveis de energia, mas também trabalhamos para garantir uma tarifa diferenciada a quem optar por investir no Canal do Sertão. Esse é um compromisso do governador Renan Filho. Os estudos estão sendo feitos para que esses incentivos aconteçam de forma eficaz e coerente, para que o Canal traga retorno financeiro para o Estado”, disse Ayres.
Fonte: Agência Alagoas